O paganismo não se conformou em ficar sem suas deusas. Assumindo características
culturais e étnicas de cada nação, o culto à deusa Maria foi se adaptando à
devoção popular com uma versatilidade incrível. Desde suntuosos santuários até
silhuetas em vidros e grãos de milho, inúmeras aparições no mundo inteiro dão
status de deusa a estas supostas aparições, incorporando-as ao acervo popular de
inúmeras nações.
No Brasil, a chamada “Senhora Aparecida” possui traços
raciais negros e seu culto está muito ligado à cultura afro. Seu santuário, na
cidade de Aparecida, chega a receber 6,5 milhões de visitantes por ano. Em
Portugal, a deusa Maria, conhecida como “Senhora de Fátima”, assume
características raciais européias, bem como a “Senhora de Lourdes”, na França.
Elas recebem, respectivamente, cerca de 4,2 milhões e 5,5 milhões de visitas por
ano. Entre outras divindades nacionais, ainda podemos citar a “Senhora de
Guadalupe”, no México, e a “Senhora da Estrela da Manhã”, no Japão.
Não é
óbvio presumirmos que as antigas divindades tutelares reverenciadas no passado
apenas mudaram de nome? Diana para os efésios, Nun para os ninivitas, Ishtar
para os babilônios, Kali para os hindus e, assim, continuam sendo cultuadas por
meio de um pseudocristianismo.
Além de divindades nacionais, o marianismo
assume características regionais e funcionais, assenhoreando-se de cidades e
regiões, assumindo diferentes nomes e funções. Assim, temos no Brasil a “Nossa
Senhora do Monte Serrat”, “Nossa Senhora do Rosário”, “Nossa Senhora das Dores”,
“Nossa Senhora das Graças” e “Nossa Senhora do Parto”, entre outras. Na verdade,
muito do que as estatísticas chamam de cristãos não passam de grosseiros pagãos,
aprisionados por superstições e servindo a falsos deuses.
Curiosa é a
descrição da deusa Diana feita por R.N. Champlin. Esse renomado teólogo diz que
a deusa Diana e a deusa Maria se confundem, o que torna difícil encontrar a
diferença entre a “Diana dos efésios” e a “Maria dos efésios”. Em 431 d.C., a
idolatria tornava a entrar pela porta de onde saíra: “Em Éfeso ela recebeu as
mais altas honrarias. De acordo com uma inscrição existente no local, ela trazia
estes títulos: Grande Mãe da Natureza, Patrocinadora dos Banquetes, Protetora
dos Suplicantes, Governanta, Santíssima, Nossa Senhora, Rainha, a Grande,
Primeira Líder, Ouvidora...”2 (grifo do autor).
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