Profanação no
templo
Da Redação
O profano (iniciante)
aproxima-se lentamente com os olhos vendados. Ao entrar na loja, o irmão
“experto” toca-lhe o peito com a ponta de uma espada. Então, segue o seguinte
interrogatório.
O Venerável pergunta:
– Vês alguma coisa,
senhor?
A resposta do profano é imediata:
– Não, senhor.
O
Venerável prossegue:
– Sentes alguma impressão?
Profano:
– O
contato de um objeto aguçado sobre o peito.
Venerável:
– A arma cuja
ponta sentes simboliza o remorso que há de perseguir-vos se fordes traidor à
associação a que desejais pertencer. O estado de cegueira em que vos achais é o
símbolo do mortal que não conhece a estrada da virtude que ides principiar a
percorrer. O que quereis de nós, senhor?
Profano:
– Ser recebido
maçom.
Venerável:
– E esse desejo é filho de vosso coração, sem nenhum
constrangimento ou sugestão?
Profano:
– Sim,
senhor.
Venerável:
– Previno-vos, senhor, que a nossa ordem exigirá de
vós um compromisso solene e terrível... Se vos tornardes maçom, encontrareis em
nossos símbolos a terrível realidade do dever.
Depois de submetido a
muitas indagações, o profano é conduzido ao altar dos juramentos e ajoelha-se
com o joelho esquerdo, pondo a mão direita sobre a constituição e a Bíblia, que
devem ter em cima a espada. À mão esquerda, o profano segura o compasso,
apoiando-o no lado esquerdo do peito. Daí, todos se levantam e ouvem o seguinte
juramento:
“Eu, (nome), juro e prometo, de minha livre e espontânea
vontade, pela minha honra e pala minha fé, em presença do Supremo Arquiteto do
Universo, que é Deus perante esta assembléia de maçons, solene e sinceramente,
nunca revelar quaisquer dos mistérios que sempre ocultarei e nunca revelarei
qualquer uma das artes secretas, partes ou pontos dos mistérios ocultos da
maçonaria que me vão ser confiados, senão a um bom e legítimo irmão ou em loja
regularmente constituída, nunca os escrever, gravar, traçar, imprimir ou
empregar outros meios pelos quais possa divulgá-los. Juro também ajudar e
defender meus irmãos em tudo o que puder e for necessário, e reconhecer como
Potência Maçônica regular e legal no Brasil o Grande Oriente do Brasil, ao qual
prestarei obediência. Se violar este juramento, seja-me arrancada a língua, o
pescoço cortado, e meu corpo enterrado nas areias do mar, onde o fluxo e o
refluxo das ondas me mergulhem em perpétuo esquecimento, sendo declarado
sacrílego para com Deus, e desonrado para com todos os homens. Amém”.
Em
seguida, o neófito é conduzido para uma sala contígua ao templo, onde já se
encontram colocadas duas urnas com espírito de vinho aceso. Deitado no chão,
sobre um pano preto, deve estar um irmão (maçon), como se estivesse morto,
amortalhado com a capa do 1º Experto. Todos os irmãos estarão de pé, sem
insígnias, e armados de espada que apontam o neófito. Este é então desvendado
pelo Venerável e encontra-se subitamente num ambiente lúgubre, com inúmeras
espadas voltadas para ele. E ouve as graves admoestações do
Venerável:
“Este clarão pálido e lúgubre é o emblema do fogo sombrio que
há de alumiar a vingança que preparamos aos covardes que perjuram. Essas
espadas, contra vós dirigidas, estão nas mãos de inimigos irrecon-ciliáveis,
prontos a embainhá-las no vosso peito se fordes tão infeliz que violeis vosso
juramento”.1
Como bem se expressa o Dr. Boaventura Kloppenburg, temos de
ponderar que não estamos lendo alguma peça teatral, nem um documento antigo de
sombrias épocas de sangue e vingança, mas o ritual prescrito para iniciação no
primeiro grau da maçonaria.
Daí a pergunta que não quer calar: “Pode o
cristão submeter-se a um ritual e juramento imbuídos de aspectos explicitamente
condenáveis pela Palavra de Deus? Como imaginar até mesmo um pastor diante desse
sacramento de iniciação maçônico? Como congregar, sob o mesmo teto, evangélicos,
espíritas, muçulmanos, umbandistas, católicos, budistas, entre outros grupos
religiosos, em nome de uma entidade divina conhecida pelo título de ‘Grande
Arquiteto do Universo’? Será que tais pessoas estão de fato adorando o Deus de
Abraão, Isaque e Jacó? Ou seja, o Deus da Bíblia?”.
Dá para imaginar, por
exemplo, um cristão indo a um templo hindu para participar de uma cerimônia? Tal
cristão poderia presumir que, seguindo os rituais hindus, estaria adorando a
Jesus, ainda que participando de uma oração grupal a Vishnu?
Suponhamos,
ainda, que os hindus concordem em mudar o nome Vishnu para Grande Arquiteto do
Universo. Ainda que façam isso, certos elementos dos rituais da adoração pagã,
como, por exemplo, andar ou dançar em círculos, hão de permanecer. Com a
substituição do nome “divino”, seria então aceitável ao cristão participar de
uma cerimônia de adoração hindu? E se porventura os hindus permitissem ao
cristão participar da liturgia, dos rituais e fazer as orações hindus em nome de
Jesus, tal adoração tornar-se-ia cristã?
Escrevendo aos irmãos de
Corinto, o apóstolo Paulo disse o seguinte:
“Antes digo que as coisas que
os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus. E não quero que
sejais participantes com os demônios. Não podeis beber o cálice do Senhor e o
cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa
dos demônios. Ou irritaremos o Senhor? Somos nós mais fortes do que ele?” (1Co
10.20-22).
“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis. Pois que
sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?
E que consenso há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E
que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Pois vós sois o santuário do
Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei
o seu Deus e eles serão o meu povo. Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos,
diz o Senhor. Não toqueis nada imundo, e eu vos receberei” (2Co
6.14-17).
Para abonar essa contestação, devemos antes conhecer alguns
segredos dessa entidade tão secreta. Primeiramente, analisaremos vários trechos
de livros e manuais da maçonaria, embora muitas obras de sua autoria ainda
permaneçam na obscuridade para os de fora. Como referência, tomaremos os livros
atuais (nacionais e internacionais), escritos por maçons do mais alto grau, que
descrevem o que ocorre dentro das lojas. Ainda que algum maçom negue a
autoridade absoluta desse ou daquele autor maçônico, não poderá, no entanto,
negar que tais escritos representam a prática e o ensino da maçonaria brasileira
e mundial. A análise que faremos será à luz da Bíblia, a única regra de fé e
prática dos cristãos evangélicos (2Tm 3.16,17).
O presente artigo nada
mais é do que uma reflexão para saber se existe a possibilidade de uma pessoa
poder conciliar ou não o cristianismo e a maçonaria. E também para saber se, ao
abraçar as duas, ela está participando de duas religiões ou de uma só.
Se
porventura o leitor já tiver sua própria posição a respeito do assunto, que o
Senhor Deus o ajude a analisar as informações aqui descritas detalhadamente e,
sobretudo, a buscar o conhecimento da vontade de Deus, por meio da orientação do
Espírito Santo e da própria Bíblia. Somente assim, querido leitor, você terá
condições de reavaliar sua posição e defini-la à luz da Palavra de Deus (Ef
5.17).
Um pouco sobre a maçonaria
Segundo afirmações dos
próprios maçons, a maçonaria não é uma sociedade secreta. “Isso é calúnia dos
adversários”, apregoam. Dizem, ainda, em alto e bom som, que a maçonaria é
discreta, não secreta. Na Constituição do Grande Oriente do Brasil, art. 17,
onde se especifica os deveres das lojas, sob a letra p vem a seguinte norma:
“nada expor, imprimir ou publicar sobre assunto maçônico, sem expressa
autorização superior da autoridade a que estiver subordinada, salvo
Constituições, Regulamentos Gerais, Regimentos Particulares, Rituais, Leis,
Decretos e outras publicações já aprovadas pelos Poderes competentes. Toda e
qualquer publicação atentatória dos princípios estabelecidos nesta Constituição
ou da unidade da Ordem sujeitará os seus autores às penalidades da
Lei”.
É rigorosamente proibido aos profanos (não-maçons) tomar parte nas
sessões comuns das lojas, como está relatado no art.19, parágrafo único, da
Constituição: “As oficinas, sob nenhum pretexto, poderão admitir em seus
trabalhos maçons irregulares; deverão identificar os visitantes pela palavra
semestral”.
Com essas declarações de documentos oficiais autênticos,
chegamos à conclusão de que a maçonaria é uma sociedade verdadeiramente secreta,
no sentido próprio da palavra.
Qual a relação entre o cristianismo e a
maçonaria?
Para ser aceito na maçonaria, o profano tem de observar
alguns deveres preestabelecidos:
1. “Reconhecer como irmãos todos os
maçons regulares e prestar-lhes, e também às suas viúvas, ascendentes ou
descendentes necessitados, todo auxílio que puder;
2. Freqüentar
assiduamente os trabalhos das oficinas; aceitar e desempenhar, com probidade e
zelo, todas as funções e encargos maçônicos que lhe forem confiados, além de
esforçar-se pelo bem da Ordem em geral, da pátria e da humanidade;
3.
Satisfazer com pontualidade as contribuições pecuniárias que, ordinária ou
extraordinariamente, lhe forem legalmente atribuídas;
4. Nada imprimir
nem publicar sobre assunto maçônico, ou que envolva o nome da instituição, sem
expressa autorização do Grão Mestre, salvo quando em defesa da Ordem ou de
qualquer maçom injustamente atacado;
5. Ajudar e proteger seus irmãos em
quaisquer circunstâncias e, com risco da própria vida, defendê-los contra as
injustiças dos homens;
6. Manter sempre, tanto na vida maçônica como no
mundo profano, conduta digna e honesta, praticando o bem e a tolerância,
respeitando escrupulosamente os ditames da honra, da probidade e da
solidariedade humana, subordinando-se com-preenssivamente às disposições legais
e aos poderes maçônicos constituídos;
7. Amar os seus irmãos, mantendo
bem alta a flama da solidariedade que deve unir os maçons em toda a superfície
da terra”.2
Entre os deveres aqui enumerados, temos de acrescentar o que
consta no art.1, parágrafo 1, letra g desta mesma Constituição onde se encontra
o “requisito essencial” para os profanos, candidatos à iniciação, sem o qual não
serão aceitos: “não professar ideologias contrárias aos princípios maçônicos e
democráticos”. Se ele infringir essas normas, o art. 32, nº 13, confere ao Grão
Mestre Geral, ou ao seu substituto legal, a atribuição de “suspender, com
motivos fundamentados, para que sejam eliminados pelos Poderes competentes os
maçons que professarem ideologias ou doutrinas contrárias aos princípios da
Ordem e da Democracia”.
Assim, como o cristão maçom pode compartilhar
suas ideologias cristãs aos companheiros de loja? No Dicionário Filosófico de
Maçonaria, de Rizzardo da Camino, 33º grau, membro fundador da Academia Maçônica
de Letras, encontramos a seguinte definição para cristianismo:
“A
religião cristã, em si, não é adotada pela maçonaria, mas, sim, os princípios
cristãos. A maçonaria é adotada em todos os países e proclama a existência de
Deus sob o nome de Grande Arquiteto do Universo; não importa a religião que o
maçom siga, o que importa é a crença no Absoluto, no Poder Divino, em Deus, seja
qual for o nome que se lhe der, como Jeová ou Alá”.3
Como podemos ver
nessa de-claração, a maçonaria não adota o cristianismo e, conseqüentemente, não
aceita a existência de Jesus Cristo como o único Deus. Negar a crença no Grande
Arquiteto do Universo (G.A.D.U.) é impedimento absoluto para a iniciação na
maçonaria4, entretanto, é indiferente a crença em Jesus Cristo ou em Buda. Ainda
que em seus rituais os maçons falem em Deus ou do Ser Supremo, ignoram a
Santíssima Trindade, não mencionando uma vez sequer o santo nome de Jesus. Na
verdade, os maçons jamais se dirigem a Deus mediante a Cristo. Diante disso, o
verdadeiro cristão não pode aprovar semelhante abstração do cristianismo e muito
menos conviver com esse tipo de coisa.
As características distintas dos
deuses das diferentes religiões são outra evidência de que eles não são a mesma
pessoa. Por exemplo: Brahma, o deus hindu, engloba em si o bem e o mal; Alá, o
deus do islamismo, dificilmente perdoa; mas Yahweh, o Deus dos cristãos, é um
Deus zeloso (Êx 34.14).
Algumas religiões são politeístas, ou seja, têm
vários deuses (como a dos egípcios e a dos gregos). Outras são monoteístas (como
o judaísmo e o cristianismo). Os hindus acreditam na reencarnação, sendo que no
hinduísmo pode-se regredir e reencarnar em um animal. Os cristãos crêem na
ressurreição: à volta do espírito no mesmo corpo. Determinadas religiões
acreditam na extinção da vida, enquanto outras pregam a imortalidade da alma ao
lado de Deus. Há aquelas que dizem que os homens tornam-se deuses após várias
reencarnações. Outras afirmam que só existiu e sempre existirá um único Deus.
Diante disso, será que o ser humano pode adorar a deuses tão diferentes (e isso
simultaneamente) como se fossem um só?
O sistema maçônico, especialmente
o Rito Escocês Antigo e Aceito, pode ser chamado de “deísta”, ou seja, considera
a existência de um deus impessoal, destituído de atributos morais e
intelectuais, confundindo-se com a natureza5. Os deístas limitam a participação
de Deus à criação, como se Ele tivesse deixado o mundo para ser governado pelas
leis naturais.6 Esse sistema difere do “teísmo” cristão, no qual Deus é um Deus
pessoal e interfere permanentemente no destino da humanidade.
Para
entendermos melhor o deísmo maçônico, vejamos a declaração de Rizzardo da
Camino: “Cada religião expressa Deus, com nome diferente, como os israelitas que
o denominam de ‘Jeová’; isso não importa, o que vale é sabermos que esse Grande
Arquiteto do Universo é Deus”.7
Os cristãos, no entanto, não concordam
com essas palavras. Não é a mesma coisa adorar o Deus verdadeiro e um bezerro de
ouro, como os israelistas fizeram no deserto (Êx 32.1-10; Ne 9.6-31). O Deus da
Bíblia é pessoal e único. Ele se preocupa com as pessoas e não abandonou a
humanidade. Parece lógico seguir a todos os deuses, porque assim, no final,
aquele que for o deus verdadeiro vai se manifestar em prol de seus seguidores.
Mas o Deus das Escrituras não aceita ser comparado e muito menos igualado a
outros deuses, simplesmente porque não existem outros deuses (Sl 115. 2-9). O
nosso Senhor não aceita concorrência e estabelece que sejamos fiéis ao seu nome:
“Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou
o primeiro, e eu sou o último, e além de mim não há Deus” (Is 44.6). “...
guarda-te para que não esqueças o Senhor, que te tirou da terra do Egito, da
casa da servidão. O Senhor teu Deus temerás, a Ele servirás, e pelo seu nome
jurarás. Não seguirás outros deuses, nenhum dos deuses dos povos que houver à
roda de ti” (Dt 6.12-14).
O indiferentismo perante Cristo é impossível:
“Quem não é comigo é contra mim” (Mt 12.30), disse Jesus. Mas o verdadeiro
maçom, em virtude dos “princípios estabelecidos” pela maçonaria, não pode estar
com Cristo seguindo todos os seus ensinamentos e obedecer a todos os mandamentos
maçons. Não é possível ser maçom verdadeiro e regular e, ao mesmo tempo, cristão
autêntico e convicto.
A maçonaria é uma religião?
O
primeiro e principal dever de cada loja maçônica, de acordo com a determinação
do art.17, letra a, da Constituição do Grande Oriente do Brasil, é este:
“observar cuidadosamente tudo quanto diz respeito ao espírito e à forma da
instituição, cumprindo e fazendo cumprir a Constituição, as leis e as decisões
dos Altos Corpos da Ordem”.
Antes de qualquer coisa, vamos analisar o que
é religião. No Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, temos a seguinte
definição: “culto prestado a uma divindade...”. Essa definição encaixa-se
perfeitamente bem com as palavras de Rizzardo da Camino, 33º grau maçônico,
autor de mais de quarenta livros: “O maçom, dentro do templo maçônico, através
da liturgia, cultua o grande arquiteto do universo”8. Com isso fica provado que
o que acontece dentro da loja maçônica nada mais é do que um culto de adoração a
uma divindade, ao Grande Arquiteto do Universo (G.A.D.U.).
Existe um
sistema de adoração dentro das lojas, conforme as palavras do maçom Carl H.
Claudy: “As lojas da maçonaria são construídas para Deus. Simbolicamente,
‘construir para Deus’ significa edificar algo em honra, adoração e reverência a
Ele. Mal o neófito entra no Portão Ocidental recebe a impressão de que a
maçonaria adora a Deus”.9 Vejamos ainda o que diz o importante autor maçônico
Henry Wilson Coil, em sua Enciclopédia Maçônica: “A ma-çonaria certamente exige
a crença na existência de um Ser Supremo, a quem o homem tem de prestar contas e
de quem depende. O que a igreja pode acrescentar a isso, exceto levar o
indivíduo à comunhão com aqueles que tenham os mesmos sentimentos?... É
exatamente isso que a Loja faz”.10
Como a maçonaria exige a crença no
Grande Arquiteto do Universo e na imortalidade da alma para que o candidato se
torne maçom, isto se torna uma grande evidência de que essa entidade é religiosa
e possui um credo ou uma doutrina. Na cerimônia de admissão e a cada passagem de
grau são feitos juramentos que nada mais são do que promessas ou profissões de
fé no Grande Arquiteto do Universo e na fraternidade maçônica.
Diante de
tudo o que vimos, como fica então? Podemos chamar a loja de templo, mas não de
igreja? De fraternidade, mas não de religião? As invocações lá realizadas não
são adorações? As liturgias não são cultos? A iniciação não é um tipo de
batismo?
Será que as pessoas que insistem em negar a religiosidade da
maçonaria não estão com as mentes fechadas? Ou será que escondem que a maçonaria
é uma religião para que possam infiltrar-se nas igrejas? Uma coisa é certa: o
cristão maçom pode negar que freqüenta duas religiões ao mesmo tempo, mas a sua
declaração não muda os fatos.
Os praticantes da
maçonaria
Sabemos que a maçonaria aceita qualquer pessoa,
independente de seu credo religioso. A loja recebe muçulmanos, espíritas,
budistas, entre outros, como membros. E também satanistas, magos e bruxos,
inclusive nos mais altos graus. Nomes como Aleister Crowley, Albert Pike, Lynn
F. Perkins (fundador da Nova Era), Jorge Adoum (Mago Jefa), Charles W.
Leadbeater e o mágico Manly P. Hall11 constam de sua lista de
participantes.
William Schnoebelen conta que era bruxo quando foi
admitido na maçonaria. Para ele, o G.A.D.U. era o próprio Lúcifer (o diabo). Com
o tempo, ele descobriu outros satanistas que também faziam parte do grupo12.
Parece difícil conciliar cristãos e satanistas sob o mesmo teto, mas isso
realmente acontece na maçonaria. Albert Pike, um dos grandes líderes maçons,
escreveu que Lúcifer é deus e “portador da luz” e que a maçonaria deve seguir a
doutrina luciferiana:
“A religião maçônica deve ser, por todos nós
iniciados do alto grau, mantida na pureza da doutrina luciferiana. Se Lúcifer
não fosse deus, será que Adonai, cujas ações provam sua crueldade, perfídia e
ódio pelos homens, barbarismo e repulsa pela ciência, e seus sacerdotes o
caluniariam? Sim, Lúcifer é deus, e infelizmente Adonai também é deus. Pois a
lei eterna é que não há branco sem o preto, pois o absoluto só pode existir como
dois deuses: as trevas são necessárias como moldura para a luz, assim como o
pedestal é necessário para o que é imponente... Desta forma, a doutrina do
satanismo é uma heresia; a religião filosófica pura e verdadeira é a crença em
Lúcifer, o equivalente de Adonai; mas Lúcifer, deus da luz e deus do bem, está
batalhando pela humanidade contra Adonai, o deus das trevas e do
mal”.13
No hebraico, o termo Adonai significa literalmente “Senhor” ou
“Mestre”. É sinônimo de Yahweh (transcrito como “Senhor” na Bíblia de Almeida) e
Elohim (traduzido “Deus”, ou seja, o nosso Deus). Albert Pike diz, absurdamente,
que o nosso Deus é o deus das trevas, que odeia os homens! Que contraste com a
revelação bíblica, que afirma: “Há muito que o Senhor me apareceu, dizendo:
Porquanto com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí” (Jr 31.3).
E ainda: “Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que
ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados”
(1Jo 4.10).
A maçonaria não aceita, e nem poderia aceitar, o
cristianismo, porque é impossível conciliar cristianismo e satanismo. O Deus que
para nós é o Deus do bem, para o líder maçom é o deus do mal. Será que o cristão
pode submeter-se a isso: adorar o Grande Arquiteto do Universo (G.A.D.U.), que
na maçonaria pode ser o próprio diabo?
O valor da Bíblia
Na
Enciclopédia Maçônica de Coil, lemos o seguinte: “A opinião maçônica
prevalecente é a de que a Bíblia é apenas um símbolo da Vontade, Lei ou
Revelação Divina, e não que o seu conteúdo seja a Lei Divina, inspirada ou
revelada. Até hoje, nenhuma autoridade tem mantido que um maçom deve acreditar
na Bíblia ou em qualquer parte dela”14. Para a maçonaria, a Bíblia é “uma das
três grandes luzes emblemáticas”, sendo colocada no mesmo patamar dos seus
símbolos (esquadro e compasso). Mesmo que Coil não negasse o conteúdo divino da
Palavra de Deus, esta atitude comparativa já seria suficiente para demonstrar
que a Bíblia não é mais importante do que os símbolos maçônicos. Além disso,
segundo a doutrina maçônica, ela pode ser substituída por qualquer outro livro
de religião fluente no país. Nos países islâmicos, por exemplo, usa-se o
Alcorão, em Israel, a Torá etc. Alguns maçons dizem que a Bíblia é um “livro
sagrado” para a loja, mas se ela pode ser substituída por outros livros, então
não é sagrada, já que um objeto sagrado é insubstituível.
Oliver Day
Street, outro erudito da loja, chega a dizer o seguinte: “Nenhuma loja entre nós
deve ser aberta sem sua presença (da Bíblia). Mesmo assim, ela não é mais do que
um símbolo... Não há nada de sagrado ou santo no mero livro. É só papel comum...
Qualquer outro livro com o mesmo significado serviria...”.15 Outro maçom, J.W.
Acker, afasta qualquer semelhança entre a maçonaria e o cristianismo bíblico ao
declarar: “Os judeus, os chineses, os turcos, cada um rejeita ou o Antigo ou o
Novo Testamento, ou ambos, e ainda assim não vemos nenhuma boa razão por que não
se devam tornar maçons. Na verdade, a Maçonaria da Loja Azul nada tem a ver com
a Bíblia. Não se fundamenta na Bíblia. Se assim fosse, não seria
Maçonaria”.16
Se para os maçons a Bíblia é apenas um enfeite ou uma parte
da mobília da loja17, a opinião dos cristãos é diferente, pois, de acordo com o
apóstolo Pedro, “... nenhuma profecia da Escritura é de particular
interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum,
mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pe
1.20,21).
A Bíblia é a revelação de Deus aos homens!
Uma
questão de escolha
Ser religioso não significa apenas freqüentar um
local para prestar culto. É muito mais que isso. Ser religioso é seguir
fielmente a doutrina que professa. Se a pessoa crê em Cristo, deve ser de
Cristo. Se acredita no Alcorão, deve ser islâmica. Não importa se o caminho que
escolheu é certo ou errado. Deve ser firme, convicta. Lembremo-nos do que Cristo
disse em Mateus 12.30: “Quem não é por mim, é contra mim; e quem comigo não
ajunta, espalha”.
Muitos maçons se dizem religiosos porque são líderes em
suas Igrejas e ajudam os pobres. Publicamente louvam a Deus, mas no ambiente
maçônico ajoelham-se diante do pentagrama e adoram os símbolos dos deuses do
Egito e do pecado.
É uma pena que, apesar da controvérsia sobre o
assunto, muitos cristãos ainda insistam em ser maçons, demonstrando que não são
capazes de abdicar de seus interesses pessoais ou de uma série de interesses em
prol da obra do Senhor Jesus. Ao invés de buscarem a união na Igreja, insistem
em ser causa de divisão (Ef 4.3). Muitos demonstram e chegam a declarar
abertamente que, se for preciso escolherem entre a loja e a Igreja, preferem
permanecer na loja. É mesmo o fim dos tempos. Quantos estão apostatando da fé.
Suas mentes estão cauterizadas (1Tm 4.1,2; Hb 3.12-19; 2Tm 4.3,4).
A
verdade é que os maçons têm a maçonaria como uma religião, isto é, defendem-na
como uma religião, freqüentam-na como uma religião. Muitos chegam a dizer que
encontraram nessa entidade “paz” e “comunhão” que não encontraram na Igreja!18
Mas será que o mundo pode oferecer paz semelhante à que Cristo dá? O que Jesus
diz em João 14.27?
A Palavra de Deus afirma que aquele que não concorda
com as sãs palavras de Cristo é causador de questões e contendas (1Tm 6.3-5). Se
a maçonaria se torna, cada vez mais, motivo de confusão e controvérsia entre os
irmãos cristãos, por que insistir nessa dissensão? “Porque Deus não é de
confusão; e, sim, de paz” (1Co 14.33). Dissensões e facções são obras da carne
(Gl 5.19-21). O cristão que abraça a maçonaria escandaliza outros irmãos e
coloca dúvidas nos recém-convertidos, que se confundem com opiniões divergentes
dentro da Igreja.
O cristão maçom não leva apenas problemas para a
Igreja, mas também para a sua casa. Ao chegar da loja, não pode contar nada do
que aconteceu lá. É uma situação difícil para o lar cristão: o marido escondendo
coisas da mulher. A esposa é aquela para quem ele jurou fidelidade e lealdade. É
a sua companheira até que a morte os separe que não pode saber o que ele está
fazendo fora de casa. Além da esposa, os filhos e outros familiares passam a
viver em um ambiente de mistério e segredos. E isso não agrada o nosso Deus, que
quer que sejamos sinceros e falemos sempre a verdade.
Os enigmas de
Sansão trouxeram sérios problemas para a sua vida familiar (Jz 14.10-14). Não
podemos nos esquecer disso!
GRAUS DO RITO ESCOCÊS
LOJA OU
GRAUS SIMBÓLICOS
1. Aprediz
2. Companheiro
3. Mestre
GRAUS
CAPITULARES
4. Mestre Secreto
5. Mestre Perfeito
6. Secretário
Íntimo
7. Chefe e Juiz
8. Superintendente do Edifício
9. Mestre Eleito
dos Nove
10. Ilustre Eleito dos Quinze
11. Sublime Mestre Eleito
12.
Grande Mestre Arquiteto
13. Mestre do Arco Real de Salomão
14. Grande
Eleito Maçon
15. Cavaleiro do Oriente ou da Espada
16. Príncipe de
Jerusalém
17. Cavaleiro do Leste e Oeste
18. Cavaleiro da Ordem Rosa
Cruz
GRAUS FILOSÓFICOS
19. Grande pontífice
20. Grande
Ad-Vitam
21. Patriarca Noachita ou Prussiano
22. Cavaleiro do Machado
Real
23. Chefe do Tabernáculo
24. Príncipe do Tabernáculo
25.
Cavaleiro da Serpente de Bronze
26. Príncipe da Misericórdia
27.
Comandante do Templo
28. Cavaleiro do Sol
29. Cavaleiro de Santo
André
30. Cavaleiro Cadosh
GRAUS SUPERIORES
31. Inspetor
Inquisidor
32. Mestre do Segredo Real
33. Grande Soberano Inspetor
Geral
SÍMBOLOS DA MAÇONARIA
ESQUADRO
Significa a retidão,
limitada por duas linhas: uma horizontal que representa a trajetória a percorrer
na Terra, ou seja, o determinismo, o destino; e a outra vertical, o caminho para
cima, dirigindo-se ao cosmo, ao universo, ao infinito, a
Deus.
COMPASSO
Traça círculos e, abrindo e fechando, delimita espaços.
Representa o senso da medida das coisas. Significa a medida das
coisas.
NÍVEL
Representa a igualdade. Todos os homens devem ser
nivelados no mesmo plano.
PRUMO
Indica que o maçom deve ser reto no
julgamento, sem se deixar dominar pelo interesse, nem pela
afeição.
CINZEL
Sugere o trabalho inteligente.Instrumento manejado
pelo aprendiz com a mão esquerda. Como o cinzel é uma ferramenta que exige uma
participação de outra (o malho), representa a inteligência humana, que isolada
nada constrói.
PENTAGRAMA
Representação de um homem de pé com as
pernas abertas e os braços esticados: indica o ser humano e a sua necessidade de
ascensão.
COLUNAS
São três colunas no templo maçônico.Uma significa o
lado masculino, a força; a outra o feminino, a beleza; a terceira, a sabedoria.
SOL
É a fonte da vida, a positividade da existência do
homem.
AVENTAL
Usado por todos os maçons durante as sessões, o avental
representa a pureza, a inocência.
ESPADA
É o símbolo da igualdade, da
justiça e da honra. Corresponde à consciência e à presença divina na construção
do templo.
DELTA LUMINOSO
Representa a presença de Deus, demonstrando
a sua onisciência. É um triângulo com um olho no centro.
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