São João
A Igreja Católica o consagrou santo. Segundo essa igreja,
João Batista nasceu em 29 de agosto, em 31 A.D., na Palestina, e morreu degolado
por Herodes Antipas, a pedido de sua enteada Salomé (Mt 14.1-12). A Bíblia, em
Lucas 1.5-25, relata que o nascimento de João Batista foi um milagre, visto que
seus pais, Zacarias e Isabel, na ocasião, já eram bastante idosos para que
pudessem conceber filhos.
Em sua festa, São João é comemorado com fogos
de artifício, tiros, balões coloridos e banhos coletivos pela madrugada. Os
devotos também usam bandeirolas coloridas e dançam. Erguem uma grande fogueira e
assam batata-doce, mandioca, cebola-do-reino, milho verde, aipim etc. Entoam
louvores e mais louvores ao santo.
As festas juninas são comemoradas de
uma forma rural, sempre ao ar livre, em pátios e/ou grandes terrenos previamente
preparados para a ocasião.
João Batista, biblicamente falando, foi o
precursor de Jesus e veio para anunciar a chegada do Messias. Sua mensagem era
muito severa, conforme registrado em Mateus 3.1-11. Quando chamaram sua atenção
para o fato de que os discípulos de Jesus estavam batizando mais do que ele,
isso não lhe despertou sentimentos de inveja (Jo 4.1), pelo contrário, João
Batista se alegrou com a notícia e declarou que não era digno de desatar a
correia das sandálias daquele que haveria de vir, referindo-se ao Salvador (Lc
3.16).
Se em vida João Batista recusou qualquer tipo de homenagem ou
adoração, será que agora está aceitando essas festividades em seu nome, esse
tipo de adoração à sua pessoa? Certamente que não!
São
Pedro
É atribuída a São Pedro a fundação da Igreja Católica, que o
considera o “príncipe dos apóstolos” e o primeiro papa. Por esse motivo, os
fiéis católicos tributam a esse santo honrarias dignas de um deus. Para esses
devotos, São Pedro é o chaveiro do céu. E para que alguém possa entrar lá é
necessário que São Pedro abra as portas.
Uma das crendices populares
sobre São Pedro (e olha que são muitas!) diz que quando chove e troveja é porque
ele está arrastando móveis no céu. São Pedro é cultuado em 29 de junho como
patrono dos pescadores. Na ocasião, ocorrem procissões marítimas em sua
homenagem com grande queima de fogos. Para os pescadores, o dia de São Pedro é
sagrado. Tanto é que eles não saem ao mar para pescaria.
A brincadeira de
subir no pau-de-sebo é a que mais se destaca nas festividades comemorativas a
São Pedro. O objetivo para quem participa é alcançar os presentes colocados no
topo.
Os sentimentos do apóstolo Pedro eram extremamente diferentes do
que se apregoa hoje, no dia 29. De acordo com sua forma de agir e pensar,
conforme mencionado na Bíblia, temos razões para crer que ele jamais aceitaria
os tributos que hoje são dedicados à sua pessoa.
Quando Pedro, sob a
autoridade do nome de Jesus, curou o coxo que jazia à porta Formosa do templo de
Jerusalém e teve a atenção do povo voltada para ele como se por sua virtude
pessoal tivesse realizado o milagre não titubeou, mas declarou com muita
segurança: “Por que olhais tanto para nós, como se por nossa própria virtude ou
santidade fizéssemos andar este homem? ...o Deus de nossos pais, glorificou a
seu filho Jesus ... Pela fé no nome de Jesus, este homem a quem vedes e
conheceis foi fortalecido. Foi a fé que vem pelo nome de Jesus que deu a este,
na presença de todos vós, esta perfeita saúde” (At 3.12-16).
O Pedro da
Bíblia demonstrou humildade ao entrar na casa de Cornélio, que saiu apressado
para recepcioná-lo. O texto sagrado declara: “E aconteceu que, entrando Pedro,
saiu Cornélio a recebê-lo, e, prostrando-se a seus pés, o adorou. Mas Pedro o
levantou, dizendo: Levanta-te, que eu também sou homem” (At 10.25-26).
Os balões
A sociedade “Amigos do Balão” nasceu em 1998
para defender a presença do ‘balão junino’ nessas festividades. O padre jesuíta
Bartolomeu de Gusmão e o inventor Alberto Santos são figuras ilustres entre os
brasileiros por soltarem balões por ocasião das festas juninas de suas épocas,
portanto podemos dizer que eles foram os precursores dessa prática.
Hoje,
como sabemos, as autoridades seculares recomendam os devotos a abster-se de
soltar balões pelos incêndios que podem provocar ao caírem em uma floresta,
refinaria de petróleo, casas ou fábricas. Não obstante, essa prática vem
resistindo às proibições das autoridades. Geralmente, os balões trazem
inscrições de louvores aos santos de devoção dos fiéis, como, por exemplo, “VIVA
SÃO JOÃO!!!”, ou a outro santo qualquer comemorado nessas épocas.
Todos
os cultos das festas juninas estão relacionados com a sorte. Por isso os devotos
acreditam que ao soltarem um balão e ele subir sem nenhum problema seus desejos
serão atendidos, caso contrário (se o balão não alcançar as alturas) é um sinal
de azar. Mas tudo isso não passa de crendices populares.
Sincretismo
religioso
Religiões de várias regiões do Brasil, principalmente na
Bahia, aproveitam-se desse período de festas juninas para manifestar sua fé
junto com as comemorações católicas. O candomblé, por exemplo, ao homenagear os
orixás da sua linha, mistura suas práticas com o ritual católico. Assim, durante
o mês de junho, as festas romanas ganham um cunho profano com muito samba de
roda e barracas padronizadas que servem bebidas e comidas variadas.
Paralelamente, as bandas de axé music se espalham pelas ruas das cidades baianas
durante os festejos juninos. Lá, devido ao candomblé, Santo Antônio é confundido
com Ogum, santo guerreiro da cultura afro-brasileira.
Os evangélicos e
as festas juninas
Diante de tudo isso, perguntamos: “Teria algum
problema os evangélicos acompanharem seus filhos em uma dessas festas juninas
realizadas nas escolas, quando as crianças, vestidas a caráter (de caipirinha),
dançam quadrilha e se fartam dos pratos oferecidos nessas ocasiões:
cachorro-quente, pipoca, milho verde etc?”. É óbvio que nenhum crente participa
dessas festas com o objetivo de praticar a idolatria, pois tal procedimento, por
si só, é condenado por Deus!
Quanto à essa questão, tão polêmica, é
oportuno mencionar o comportamento de certas igrejas evangélicas, com a alegação
de estarem propagando o evangelho durante o Carnaval, dedicam-se a um tipo
duvidoso de evangelização nessa época do ano. Fazem de tudo, inclusive usam
blocos carnavalescos com nomes bíblicos. Não devemos nos esquecer, no entanto,
de que as estratégias evangelísticas devem ocorrer o ano todo, e não apenas em
determinadas ocasiões. O mesmo acaba acontecendo no período das festas juninas.
Ultimamente, surgiram determinadas igrejas evangélicas que, a fim de levantar
fundo para os necessitados e distribuir cestas básicas aos pobres, estão armando
barracas junto com os católicos em locais em que as festas juninas são
promovidas por órgãos públicos. Os produtos que vendem, diga-se de passagem, são
característicos das festividades juninas. Os “cristãos” que ficam nas barracas
vestem-se a caráter e pensam que, dessa forma, estão procedendo
biblicamente.
E o que dizer das igrejas que promovem festas juninas em
suas próprias dependências com a alegação de arrecadarem fundos? As festas
juninas têm um caráter religioso que desagrada a Deus. Então, como separar o
folclore da religião se ambas estão intrinsecamente ligadas?
O povo de
Israel abraçou os costumes das nações pagãs e foi criticado pelos profetas de
Deus. A vida de Elias é um exemplo específico do que estamos falando. Ele
desafiou o povo de Israel a escolher entre Jeová Deus e Baal. O profeta pôs o
povo à prova: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus,
segui-o, e se Baal, segui-o” (1Rs 18.21). É claro que o contexto histórico do
texto bíblico em pauta é outro, mas, como observadores e seguidores da Palavra
de Deus, devemos tomar muito cuidado para não nos envolvermos com práticas
herdadas do paganismo. Pois é muito arriscada a mistura de costumes religiosos,
impróprios à luz da Bíblia, adotada por alguns evangélicos. É preciso que os
líderes e pastores aprofundem a questão, analisem a realidade cultural do local
em que desenvolvem certas atividades evangelísticas e ministério e orientem os
membros de suas respectivas comunidades para que criem e ensinem os filhos nos
preceitos recomendados pela Palavra de Deus. O simples fato de proibirem as
crianças a participar dessas comemorações na escola em que estudam não resolve o
problema, antes, acaba agravando a situação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.