“Jesus de Nazaré foi o único réu julgado e condenado não pelo que tinha feito,
mas pelo que era e afirmava ser: o filho de Deus!”, disse o renomado apologista
cristão Josh McDowell em seu livro “Evidências que exigem um
veredicto”.
Já se passaram mais de dois mil anos desde os eventos acima,
mas esse homem chamado Jesus de Nazaré continua sendo o personagem principal da
vida de um terço da população da Terra. Mesmo entre aqueles que não fazem parte
do seu rebanho atual de mais de 2,2 bilhões de seguidores, Ele é um símbolo
poderoso e líder venerado.O mundo de hoje está fortemente influenciado por sua
moral e ética. Os costumes, a arte, a ciência, a política e até mesmo a economia
trazem uma bagagem cultural moldada pelo cristianismo. O calendário oficial em
todo o mundo tem esse homem como marco referencial. A conclusão a que chegamos é
que o cristianismo, como religião organizada a partir de seus ensinos, triunfou,
sobretudo se nos lembrarmos dos desafios que fora submetido, mais do que
qualquer outra religião ou fé.
A vitória do cristianismo deixou para trás
o judaísmo, o confucionismo, o hinduísmo e o budismo. Venceu em número e
prestígio o islamismo, que lhe era superior no período da Idade Média. O sucesso
do cristianismo torna-se ainda mais surpreendente quando analisamos sua origem.
O cristianismo é uma dissidência do amplo e complexo mundo cultural do judaísmo
da época de Jesus. Dessa origem legalista e conservadora, ele emergiu, sem
nacionalidade, sem clero e sem vínculo étnico, firmando-se como a religião de
todos os povos. Uma fé universal!
Hoje, o cristianismo está presente em
quase todas as culturas e é capaz de refletir-se a partir de cada uma delas. Até
mesmo o catolicismo que, até 1965, rezava sua missa em latim, hoje a celebra em
todas as línguas, o que é maravilhoso, pois não deixa de ser um exemplo vivo da
universalidade do cristianismo! O islamismo ainda celebra suas reuniões em
língua árabe.
Não podemos negar que houve momentos em que o cristianismo
falhou (sobretudo em sua liderança) ao privilegiar os interesses de determinados
grupos ou (a exemplo do que aconteceu em sua grande expansão pela América,
África e Ásia) por não respeitar suficientemente os povos e suas culturas.
Contudo, conseguiu criar igrejas nativas, que sobreviveram depois dessa
cristianização, o que é um atestado de que o cristianismo produziu algo novo e,
em sua essência, conseguiu ser uma doutrina pura e perfeitamente
contextualizada.
Uma fé revolucionária
Embora o
cristianismo tenha nascido na Ásia, berço também de outras grandes religiões:
budismo, islamismo, confucionismo, hinduísmo, zoroastrismo, entre outras, ele,
no entanto, consegue ser diferente de todas elas em aspectos e propostas. É
original!
Não obstante não ser a religião mais antiga, o budismo nasceu
cinco séculos antes de Jesus, o hinduísmo, tem pelo menos mil e quinhentos anos
a mais que o cristianismo. O judaísmo, religião da qual derivou o cristianismo,
já possuía quase dois mil anos quando os primeiros cristãos começaram a levar o
evangelho ao mundo. O cristianismo, como se pode ver, tem tradição, fundamentos
e provas documentais. É histórico!
Em termos sociológicos e culturais, o
cristianismo quebrou todos os paradigmas e estabeleceu verdades antes
desconhecidas ou obscurecidas pelas nações e povos. Jesus Cristo enfrentou a
cultura estabelecida de então, sofrendo as conseqüências disso e, dessa forma,
revelou a todos os homens a verdade de Deus, aquilo que estava no coração do Pai
desde a eternidade. Embora o judaísmo seja uma religião verdadeira, pois foi
revelada por Deus ao povo israelita, no entanto esbarrou no egocentrismo
judaico. Resultado: mais de dois mil anos depois o mundo ainda não havia
conhecido o Deus de Abraão, o Deus que já havia sido revelado a Melquisedeque,
rei de Salém. O mesmo Deus também tinha sido revelado aos povos dois mil anos
antes de Moisés, numa demonstração clara de que o desejo do coração de Deus era
religar o homem a Ele, restaurando sua identidade, origem e propósito: viver
eternamente para (e com) Deus! O Senhor Deus nunca abandonou o homem, sua obra
mais sublime.
Os desafios da igreja neste terceiro
milênio
Todo o sucesso até aqui alcançado pelo cristianismo não
evita, no entanto, as seguintes perguntas: Como será daqui para frente? Como o
cristianismo enfrentará os desafios que se apresentam agora, no alvorecer deste
terceiro milênio? Como será sua face no futuro em um mundo que enfrenta uma
furiosa transformação tecnológica e de costumes?
Werner Kelber,
pesquisador do Novo Testamento, diz: “O cristianismo em geral e a Igreja
Católica, em particular, resistiram a impactos tão brutais que acho justificável
seus seguidores acreditarem na natureza divina de seus alicerces.
A
revista VEJA1, de publicação semanal, ouviu vários teólogos e estudiosos de
religião e leu seis livros recentes que tratam da questão da busca de uma
resposta satisfatória. Comentamos abaixo o resultado da interessante
investigação sobre os principais desafios do cristianismo neste milênio, com os
quais concordamos plenamente, confira.
1. A historicidade de
Jesus – Não se fala aqui do Jesus dos altares. Tampouco daquele que cada
um traz no peito quando comunga da fé dos cristãos. O Jesus histórico é o
personagem que nasceu, viveu e morreu na Palestina, em carne e osso, num período
histórico determinado, numa época em que reinava o imperador romano Augusto.
Este personagem está sob intensíssima investigação. Os céticos estudiosos do
Seminário de Jesus lançaram nos últimos anos uma série de ataques à
historicidade de Cristo, motivando outros a fazerem o mesmo, como ocorreu
recentemente com a revista SUPERINTERESSANTE, que questionou vários fatos
bíblicos e mereceu uma reação à altura da revista Defesa da Fé. Fora da Bíblia,
havia apenas duas referências à passagem de um certo Jesus pela Palestina.
Flávio Josefo, historiador judeu de cidadania romana, em seu livro “Antiguidades
dos judeus”, escrito no ano de 94, fala de um certo “Jesus, um homem sábio, que
fazia coisas extraordinárias e pregava para o povo”. Outro autor romano, Plínio,
o Jovem, do fim do século I, descreve um grupo de fiéis rezando e cantando hinos
a “Cristo, como se fosse um Deus”.Agora, com esse achado arqueológico em
Jerusalém, considerado autêntico, certamente os céticos pensarão duas vezes
antes de fazerem afirmações levianas a fim de lançarem dúvidas sobre a
Bíblia.
2. Secularização – Em bom português significa
simplesmente que as pessoas tendem, pela própria dinâmica da vida moderna, a
fazer ouvidos de mercador para os ensinamentos das igrejas. A indiferença de
quem ouve é o pavor de todos os doutrinadores. Em outras palavras, FRIEZA
ESPIRITUAL. As pessoas tendem a preferir uma vida religiosa independente a
seguir à risca cada um dos ditames dos pastores e seus líderes. Isso é mais
forte nos países mais antigos em processo de evangelização, como na Europa e
América do Norte. Já na América Latina e no Brasil, particularmente, as pessoas
ainda são muito crédulas: 99% dos brasileiros acreditam em Deus, 83% crêem na
vida eterna no paraíso; 69% acreditam na punição e na recompensa divina após a
morte.
3. Ecumenismo – É extremamente complexo o desafio de
manter a unidade da doutrina cristã e, ao mesmo tempo, fazer aberturas na
direção de outras crenças. Como admitir a existência de outros credos sem perder
a fé na hegemonia dos princípios cristãos? Excomungado pelo papa Leão X em 1521,
o monge alemão Martinho Lutero foi o pai da Reforma Protestante, movimento que
definiu bem as posições evangélicas e católicas. A igreja genuinamente bíblica
terá de se esforçar, e muito, para manter sua integridade e pureza, e isso sem
arrogância ou qualquer sinal de superioridade. Terá apenas de deixar claro que
não há comunhão entre os fiéis e os infiéis na questão de fé.
4. Os
pecados do cristianismo – “Os cristãos não podem dar as boas-vindas ao
Terceiro Milênio sem se arrepender de seus pecados históricos”, disse o papa. Um
dos maiores impedimentos para o desfecho da evangelização mundial notado pelos
nossos missionários de hoje são exatamente os pecados históricos das igrejas
romana e protestante séculos atrás. Os pagãos, não conseguindo discernir o
verdadeiro cristianismo do falso, resistem à mensagem cristã, principalmente
entre os povos africanos, que vivem sob o domínio do fantasma do brutal
colonialismo branco.
5. A ameaça do islã – O islamismo é a
religião que mais cresce no mundo. Embora seja marcadamente étnico, identificado
com os árabes, o islamismo tem alcançado, pelas migrações, uma penetração
crescente na Europa, o mais tradicional reduto cristão. “O islamismo já é a
segunda religião mais numerosa na Alemanha, na França e na Itália”, diz o
historiador da Igreja, José Oscar Beozzo. O cristianismo vive hoje num ambiente
da mais ampla liberdade religiosa, o que permite, por exemplo, que o islã
construa uma de suas maiores mesquitas em plena Roma. O cristianismo corre o
risco de perder toda a Europa e terá de reconquistar vários territórios antes
cristãos e evangelizados, hoje reduto e bastião do islamismo (como é o caso de
todo o Norte da África). Mas como conseguir isso se a construção de qualquer
templo que não seja uma mesquita é rigorosamente proibida nos países
islâmicos?
6. As seitas e as heresias – Acrescentamos aqui,
à lista da referida pesquisa, o crescente surgimento das seitas em todo o mundo.
O Brasil, especialmente, tem sido um território fértil para os mais bizarros e
perigosos movimentos religiosos. Como se não bastasse o perigo de fora,
representado pelas seitas, temos, ainda, de enfrentar o enfraquecimento da
exposição das doutrinas bíblicas por conta das inovações e deturpações de pontos
doutrinários inegociáveis da fé bíblica e histórica. O joio está sendo semeado e
crescendo junto com o trigo.
7. Os povos não-alcançados – A
definição de “povos não-alcançados” é: grupos de pessoas que não possuem entre
si um movimento cristão atuante e/ou números suficientes de cristãos com
recursos adequados para evangelizar o restante do grupo. O número dos
não-evangelizados é tão grande que se formássemos uma fila única com os 3,5
bilhões de pessoas não-alcançadas daria para dar 25 voltas em torno da Terra,
dimensão que significa quatro vezes a distância da Terra à Lua. Mesmo depois de
mais de dois mil anos de pregação (e as Escrituras nos deixam bem claro que a
nossa principal tarefa neste mundo é anunciar o evangelho a toda criatura), a
realidade evangelística da igreja é essa: ainda há muitos povos não-alcançados,
infelizmente. Será que atravessaremos este século sem concluir a nossa missão?
Em último lugar, entendemos que o melhor que nós cristãos podemos fazer
não é nos vangloriarmos da história vitoriosa que temos como religião, e muito
menos ficarmos paralisados e estarrecidos diante dos desafios que temos pela
frente. Antes, devemos, destemidamente, como a verdadeira igreja de Cristo,
encararmos os desafios que certamente hão de surgir, sempre mantendo os olhos
fixos em Cristo (Hb 12.2).
O passado é como uma cartilha que temos. Se a
conhecermos e estudarmos, não cometeremos os mesmos erros que macularam para
sempre a trajetória da igreja na Terra. As heresias, as injustiças, a omissão, a
ignorância, o medo e o ódio não podem sufocar a nossa confiança e fé em Deus e
no cristianismo. Esta edição de Defesa da Fé é um pequeno esboço do que se
passou conosco em pouco mais de dois mil anos de história. E nos ajudará a
avaliar a nossa atuação hoje. Devemos nos inspirar na história de fé de muitos
homens de Deus que por aqui passaram e mantiveram acesa a chama flamejante do
Espírito Santo ardendo dentro do peito. Eles viveram e pregaram na contramão da
história secular. Falamos de homens que contavam com um profundo conteúdo,
lógica e conhecimento das Escrituras, além de reconhecerem seu chamado no Reino
de Deus.
Oramos para que, ao compreendermos a nossa trajetória até os
dias atuais, possamos projetar melhor o nosso futuro, até que Ele venha! (1 Co
16.22).
Alguns novos e revolucionários conceitos estabelecidos por
Jesus
Os pobres, os perseguidos, os que choram, os que têm “fome e
sede” de justiça são bem-aventurados, pois verão a Deus e possuirão o Reino dos
céus;
Deus alegra-se mais por um pecador que se arrepende e volta para
sua presença do que por 99 justos que não precisam de arrependimento e sempre
foram “bons”;
Deus dará a seus fiéis uma recompensa, mas para fazer
isso não levará em consideração os méritos de cada um, calculados de acordo com
a justiça humana;
Quem é “senhor” deve servir a seus
“súditos”;
Quem quer seguir a Jesus deve ser humilde, disposto a sofrer
e a ser perseguido. Não deve buscar os seus próprios interesses;
Ao que
bater em nossa face devemos humildemente oferecer também a outra;
Devemos amar os nossos inimigos e abençoar àqueles que nos amaldiçoam;
Devemos fazer o bem aos que nos odeiam e orar por aqueles que nos maltratam e
perseguem. Afinal, amar os nossos amigos é fácil;
Nossas palavras devem
ser firmes e verdadeiras. A conversa enganosa ou com segundas intenções tem como
“pai” o diabo;
O casamento é uma instituição sagrada. A infidelidade
conjugal é abominável aos olhos de Deus. Não devemos cultivar pensamentos
maliciosos;
Os pacificadores têm como pai o Senhor, que ama a
paz;
Ninguém deve ser juiz de ninguém. Todos somos, igualmente,
pecadores e réus de juízo;
A divulgação da descoberta foi feita, em 21 de
outubro, pela revista Biblical Archaeology Review (“Sociedade de Arqueologia
Bíblica”), com sede nos Estados Unidos. De acordo com os peritos, o ossuário
encontrado possui mais ou menos 50cm de comprimento e 28cm de largura e data do
ano 63 da Era Cristã. A tradução da inscrição da urna em aramaico “Tiago, filho
de José, irmão de Jesus” (Ya’akov bar Yosef akhui diYeshua) é de
responsabilidade do especialista em escritas antigas André Lemaire, professor em
Sorbonne, na França.
O aramaico era um idioma semítico antigo e foi uma
língua amplamente falada no Oriente Médio durante muitos séculos. Lemaire lembra
que o Novo Testamento menciona que Jesus tinha um irmão chamado Tiago e o
historiador judeu do século I, Flávio Josefo, registrou que Tiago foi executado
por apedrejamento por volta de 63 d.C.
No mês passado, dois geólogos do
governo israelense estudaram a caixa, inspecionando sua superfície e inscrição
com um microscópio. Concluíram, então, que o objeto tem mais de 19 séculos e não
apresenta nenhuma evidência de pigmentos modernos, marcas de instrumentos de
corte atuais ou outros sinais de falsificação. Lemaire achou a caixa sem querer,
em junho passado. O dono é um colecionador de artefatos judeus antigos que
prefere permanecer no anonimato.
Segundo especialistas, os nomes citados
eram bastante comuns entre os judeus daquele tempo. Mas, por outro lado, a
primeira parte da inscrição, “Tiago, filho de José”, corresponde perfeitamente
aos costumes do tempo em que as pessoas eram conhecidas pelo nome do pai ou da
cidade onde nasciam. A pergunta mais importante que os especialistas estão se
fazendo é o porquê de, além de “filho de José”, a inscrição da urna inclui
“irmão de Jesus”. E aí poderia estar toda a importância da dita inscrição.
Segundo Lemaire, se o autor da frase incluiu na urna que Tiago era filho de José
e irmão de Jesus é porque se tratava de um irmão “importante”, popular na época,
com algum mérito, que se destacava por algo.
Em verdade, toda a
importância de Tiago na primeira comunidade cristã de Jerusalém era pelo fato de
ele ser irmão de Jesus, o crucificado. Os apóstolos o tratavam com grande estima
e reverência por ser irmão de Jesus e, como podemos ler a seguir, o texto
bíblico confirma isso:
“... Não vi nenhum apóstolo, mas somente Tiago, o
irmão do Senhor” (Gl 1.18-19).
Mas enquanto todos dirigem a atenção para
o caso sob uma perspectiva arqueológica, os bastidores da igreja católica romana
preparam-se para argumentar sobre a questão, uma vez que a igreja jamais admitiu
que Jesus tivesse irmãos de sangue, contrariando o que pressupõe a “descoberta”
e o que narra a Bíblia (Mt 13. 55-56).
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