Segundo o catolicismo, “finalmente, a Imaculada Virgem, preservada imune de toda
mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em
corpo e alma à glória celeste. E para que mais plenamente estivesse conforme a
seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte, foi exaltada
pelo Senhor como Rainha do universo. A assunção da Virgem Maria é uma
participação singular na ressurreição de seu Filho e uma antecipação da
ressurreição dos outros cristãos”.3
Qualquer conhecedor das Escrituras
fica aborrecido diante de tamanha distorção. A humilde camponesa de Belém, que
singelamente aceitou sua missão de ser a mãe de Jesus, foi, ao longo dos
séculos, transformada em uma divindade pagã.
Em toda a Bíblia, a figura
de Maria não recebe qualquer posição especial com relação a Jesus ou ao plano de
salvação:
• Jesus não a chamava de mãe, mas de mulher (Jo 4.4;
19.26);
• Aos que a definiram como sua mãe Ele fez questão de mostrar que
seus familiares são os seus seguidores (Mt 12.46-50);
• Quando quiseram
atribuir alguma honra a Maria pelo fato de ter dado à luz a Jesus, Ele fez
questão de mostrar que há honra maior em obedecer a Deus (Lc 11.27-28);
•
Nenhum dos apóstolos fez qualquer menção a ela, seja Paulo, Pedro, Tiago, João
ou Judas.
Mas quando olhamos para o marianismo, não vemos apenas uma
ascensão física, mas uma ascensão de importância que vem, através dos séculos,
transformando a mãe de Jesus na figura central do Catolicismo e,
conseqüentemente, da fé popular.
Como isso foi possível? Como a Igreja
Católica pôde transformar uma figura que não recebeu nenhum destaque no Novo
Testamento na peça mais importante de sua religião? Como essa igreja conseguiu,
em nome do Cristianismo, desobedecer ao mandamento tão claro: “Não terás outros
deuses diante de mim?” (Ex 20.3). A tolerância, no entanto, é uma faca de dois
gumes que, se exagerada, pode permitir que uma virgem se torne uma meretriz:
“Mas tenho contra ti que toleras a Jezabel, mulher que se diz profetisa. Com o
seu ensino ela engana os meus servos, seduzindo-os a se prostituírem e a comerem
das coisas sacrificadas aos ídolos” (Ap 2.20). Quando os verdadeiros crentes
precisaram tomar uma atitude mais severa, eles se calaram e a conseqüência disso
foi a forte idolatria que se camuflou com o título de cristianismo. Assim, com o
passar dos anos Maria foi acumulando títulos, adquirindo mais prestígio do que a
própria Trindade.
Além da conhecida designação de “Nossa Senhora”, ela
recebeu outras nomeações, como Medianeira, Imaculada (sem pecado), Mãe dos
Homens, Mãe da Igreja, Rainha dos Céus, Co-redentora etc. A força de seu culto
supera qualquer outro movimento dentro do Catolicismo.
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