segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Cultos excêntricos ( VEJA COMO O INIMIGO ZOMBA COM O POVO ? )

É incrível como as pessoas estão propensas a exercer fé nos mais estranhos tipos de deuses. Quando tocamos neste assunto, obviamente nos vem à mente alguns exemplos de cultos anormais, porém, os exemplos que seguem são tão excêntricos que desafiam os limites do que consensualmente denominamos de anormal. Vejamos:

• Culto à cebola

Existe um grupo em Paris, França, que cultua a cebola. É isso mesmo. Estamos falando de um legume, considerado pelos adeptos como “bulbo divino”. A liturgia do culto é a seguinte: as pessoas se reúnem em volta de uma cebola e vão descascando-a lentamente, camada após camada, até chegarem ao talo, que, segundo crêem, é a parte mais importante do ritual. O indivíduo que estiver em concentração e contemplar a sagrada gastronomia, alcançará a pureza espiritual.2

• Adoradores do umbigo

Este culto também gira em torno da meditação, sendo que, desta vez, o deus venerado é o ventre, ou melhor, o umbigo. Dentro do templo, com as portas fechadas e um ambiente repleto de incenso, sob um calor quase insuportável, o grupo (também francês) se concentra em seus próprios umbigos. Acreditam que, pela meditação profunda, poderão regredir, por meio do seu próprio cordão umbilical, até o umbigo de Adão, onde, dizem, encontrarão a paz do paraíso original.3

• Ingestão de excrementos

Algumas seitas esotéricas, para adquirirem o que chamam de qualidades místicas (como, por exemplo, poder, força física e espiritual), ensinam a beber a própria urina. Até mesmo o padre Joseph Dillon, 53 anos, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida (SP), ficou conhecido por dizer em entrevistas que a urina seria a “água da vida”. Essas práticas irracionais, do ponto de vista bíblico e científico, têm levado muitos a crer que ingerindo urina conseguirão força espiritual. Inclusive, há até congressos internacionais sobre o assunto. Mas muitos não se contentam em “deliciar-se” somente com sua própria urina, preferindo também comer as próprias fezes, como é o caso de algumas seitas hindus.4

• Veneradores do sexo

“Nós temos um deus sexy, uma religião sexy e um líder muito sexy, com um grupo de jovens seguidores extremamente sexy. Se você não gosta de sexo, que vá embora enquanto pode”. Esta é uma das doutrinas centrais da seita que ficou conhecida por muito tempo como Meninos de Deus, hoje Família do Amor. Seu líder, que se identifica como MO, pregava o sexo livre, inclusive para a prática de um evangelismo que denominam de “pesca coquete”. Defendem a prática homossexual e a prostituição. É o “vale-tudo” do sexo no recrutamento de adeptos. Por isso, a seita foi denunciada e perseguida em vários países e continua sob investigação da Polícia Federal.5

• Igreja da Eutanásia

De acordo com este grupo religioso, os problemas do mundo são todos causados pelo excesso de população. Então, a solução “óbvia” proposta seria a redução da população. Mas como? Pelo suicídio, eutanásia, sodomia, aborto e canibalismo. Como não poderia deixar de ser, esse grupo também professa fé em elementos extravagantes. Crêem em extraterrestres e se dedicam a práticas mórbidas.6

• Adoradores da luz

Tal grupo possui um corpo de crenças doutrinárias essencialmente esotérico. Acreditam que não precisam mais comer. Segundo eles, “comida é veneno”, por isso se “alimentam” exclusivamente da luz do Sol. Por outro lado, a rejeição ao nosso tipo de alimentação, como dizem, pode provocar um poder espiritual capaz de fazê-los ter visões de seres espirituais, além de viagens astrais. Este ascetismo fanático tem levado alguns praticantes à morte. O pior de tudo é que tentam mesclar essa doutrina perigosa com os ensinamentos bíblicos, dizendo que Jesus também a praticava. Tais ensinamentos, contudo, são alheios à doutrina cristã.7

• Os seguidores da “Bíblia Branca”

A Igreja Mundial do Criador é um grupo racista fundado em 1971, na Flórida, por Ben Klassen, ex-corretor de imóveis. É um dos movimentos que mais crescem nos EUA, segundo o jornal The New York Times. São partidários da filosofia de Adolf Hitler e possuem um livro chamado White Bible [Bíblia Branca], no qual pregam o ódio contra os judeus e os negros, e defendem a supremacia da raça branca. Baseado nesta nefasta ideologia, Benjamin Nathaniel Smith, membro ativo de extrema direita da seita, que chegou a alterar seu nome para August Smith porque considerava seu nome “excessivamente judeu”, assassinou um coreano, cinco judeus e três negros. A justificativa? Ele os considerava “pessoas sujas”. A seita possui sites espalhados pela Internet, onde convida crianças para seu evangelho de horror.

Cultos às celebridades

Os termos “adorar” e “ídolo” possuem uma conotação estritamente religiosa. Contudo, em seus significados clássicos, foram sendo gradativamente alterados, pela mente popular, com o surgimento da mídia televisiva. Muitos fãs fanáticos de astros do cinema e do esporte têm mesclado a devoção pelo artista com a fé religiosa. Alguns destes ídolos estão sendo literalmente adorados nos altares de templos religiosos que lhes são dedicados. Vejamos alguns exemplos:

• Idólatras de Elvis Presley

Parece que a frase “Elvis não morreu” é muito mais que um simples chavão, pelo menos para os fãs religiosos da “Igreja Presleyteriana”. A home page do grupo mostra desde testemunhos de graças recebidas de adeptos até os 31 mandamentos de Elvis. Tal igreja foi fundada em 1998, na Austrália, após a líder e fundadora, Anna, ter tido uma experiência mística com o rei do rock. E, hoje, conta com algumas congregações espalhadas pelos EUA e possui até um “teólogo”, o dr. Edwards, responsável pela parte doutrinária.

Entre as muitas práticas esdrúxulas exigidas pelo grupo, destacamos as seguintes:

• Pelo menos uma vez na vida os adeptos deverão peregrinar até Graceland.8

• Todos devem possuir em casa os 31 preceitos de Elvis, que incluem receitas de comida.

• Devem incentivar, diariamente, as crianças a elogiar o cantor já falecido.

Mas os disparates não param por aí. Determinado sacramento, uma paródia da santa ceia, é feito com carne moída e pudim de banana. Os hinos, é claro, são alusões ao ex-roqueiro, e tudo isso recheado de muito rock-and-roll.9

• Veneradores de Raul Seixas

Talvez não tão organizado como o do roqueiro norte-americano, o raulseixismo é um movimento que está ganhando cada vez mais perfil de grupo esotérico. Em muitos fãs-clubes, já se perdeu o limite entre a admiração e a veneração. E não é para menos, pois Raul Seixas tinha tudo a ver com religião. Suas músicas só começaram a fazer sucesso quando o compositor, hoje bruxo (é assim que ele se autodenomina), Paulo Coelho passou a compô-las. Noventa por cento das músicas de Raul faziam alusão a temas religiosos, principalmente esotéricos. Seu último trabalho recebeu o título de “A panela do diabo”.

“Chegar a ser parecido com religião é uma coisa meio sobrenatural”, avalia a socióloga Juliana Abonizio. “Os raulseixistas realizam quase uma peregrinação rumo ao autoconhecimento [...] Para a Cidade das Estrelas, uma pousada terapêutica coordenada pelo Instituto Imagick, vão alguns dos fãs de Raul. Não se trata de religião, mas as obras do cantor estão entre as bases do Imagick, segundo o presidente do instituto, Arsênio Hipólito Jr. Na pousada, o objetivo é intensificar a luz de cada pessoa, inclusive por meio da reprogramação mental”.1 0

• Discípulos de Jedi

Mais de 70 mil pessoas na Austrália declararam ser seguidoras de Jedi. A religião foi criada baseando-se nos filmes de Star Wars, o famoso Guerra nas estrelas, de George Lucas, o “papa” da ficção científica hollywoodiana. Talvez tudo não passe de uma brincadeira de fanáticos cinematográficos, que promoveram uma enxurrada de e-mails incentivando os fãs a votarem no censo religioso como seguidores de Jedi.

Para que se tornasse uma doutrina, era preciso que dez mil pessoas professassem a “fé Jedi”. Mas o caso vem surpreendendo as autoridades, já que 0,30% da população australiana diz acreditar em tal “força”, a fonte de poder dos cavaleiros “Jedis”. O jedaísmo prega os princípios de algumas religiões, como, por exemplo, a busca pelo autocontrole e pela iluminação. Sua estrutura assemelha-se às filosofias orientais, mas com valores cristãos. Por isso, não será estranho se algum dia ouvirmos alguém orar a “Saint Luke Skywalker”!

• Adoradores de Maradona

Torcedores argentinos fanáticos resolveram radicalizar. Promoveram o ex-jogador Diego Maradona, ainda em vida, de “rei” do futebol a “deus” de uma seita denominada “Igreja Maradoniana”, também conhecida como “A Mão de Deus”, uma referência ao gol que o atleta marcou em 1986 contra a Inglaterra.

O grupo possui menos de mil adeptos. Foi fundado em outubro de 2002, em Paso Sport, na cidade do Rosário. O único objetivo é a exaltação de Maradona. Já possuem um templo, um calendário religioso para marcar os eventos principais da vida do craque, que se dividem em a.D. (antes de Diego) e d.D. (depois de Diego), e alguns hinos. Para não se sentirem inferiores às outras igrejas, resolveram criar também sua própria “bíblia”, intitulada “Eu sou o Diego do povo”, uma biografia do ex-jogador.

Como é possível alguém exercer fé nestes absurdos?

Como são possíveis tamanhos absurdos? Devem estar se perguntando os leitores de Defesa da Fé. Haveria alguma explicação plausível concernente à tendência megalomaníaca dentro desses caóticos grupos religiosos e seus cultos aberrantes? Alguns estudiosos do assunto, como o professor Moraleda, que, entre outras matérias, leciona antropologia religiosa, dizem que essa tendência é fruto da aplicação de técnicas de controle mental.

Quanto a essa questão, declarou o professor: “... há nelas (nas técnicas mentais) uma tendência bem visível de constituir-se em organizações autoritárias e fortemente estruturadas. O passo para o fanatismo é fácil de se dar. A seita destrutiva se organiza como agrupamento totalitário, no qual se utilizam técnicas de persuasão coercitiva (que constrange alguém a fazer algo) e controle mental, para conseguir a total submissão dos indivíduos ao líder e a entrega sem reservas à idéia coletiva; por seu caráter alienante, são grupos potencialmente destruidores da personalidade dos membros”.1 1

Cremos, portanto, que a origem de todas essas heresias está fincada no âmbito espiritual. As pessoas estão cansadas da fé que professam e, para a maioria, sua religião tem-se tornado fria e impessoal. Não há vida, não preenche a necessidade básica de seus membros. O modo alternativo de crença e prática das seitas é extremamente atrativo para alguns. As seitas oferecem um mundo alienado, porém, personalizado. Lembre-se, o homem é “incuravelmente religioso” (Paul Sabatier), portanto, “precisa ter um Deus, ou, então, criará um ídolo” (Martinho Lutero).

O que expomos foram apenas alguns exemplos que pesquisamos, entre muitos, os quais não caberiam neste artigo. Os grupos apontados satisfazem às solicitações, por e-mails, que o ICP recebe diariamente em seu Departamento Teológico.

Devemos ficar atentos ao perigo que as seitas e seus cultos representam para a sociedade, de modo geral. Felizmente, muitos governos já estão tomando providências a respeito. Como cristãos, temos a tarefa de alertar sobre toda e qualquer manifestação religiosa que contrarie as verdades bíblicas. Eis o motivo deste texto!

A cremação é uma prática cristã ou pagã?

Freqüentemente somos interrogados se a Bíblia apóia ou não a pratica da cremação de corpos. Em seguida, ouvimos o seguinte: “Isso não impediria a denominada ressurreição dos mortos, que constitui a esperança dos cristãos?”.

“Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo e com a trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (1 Ts 4.16-17).

De inicio podemos dizer que jamais alguém poderia afirmar que a cremação irá impedir a ressurreição dos corpos dos cristãos. Um exemplo da história é o caso dos cristãos mortos em fogueiras como primórdios do cristianismo, quando o imperador Nero, o responsável pelo incêndio, acusou os servos de Deus de terem cometido tal crueldade na cidade de Roma. Na ocasião, os cristãos presos em estacas tiveram seus corpos betumados, morrendo carbonizados.

O QUE NOS DIZ A HISTORIA

Os cristãos primitivos, com grande êxito, proclamavam o evangelho de Jesus Cristo e, como parte da pregação, anunciavam a ressurreição de Jesus e deles próprios ( l Co l5.3-6,14-17,51-55). Isso incomodava os pagãos contemporâneos desses cristãos. Assim, levantou-se entre eles a idéia de que destruindo a crença na ressurreição anulariam a esperança dos cristãos na ressurreição. Entre eles, então, começou o costume de cremar os corpos.

A primeira tentativa nos tempos modernos para anular a fé dos cristãos na ressurreição dos corpos foi adotar a prática da cremação. Tal medida foi tomada durante a revolução francesa, pelo Diretório Francês, no quinto ano da República, a fim de desmoralizar a crença dos cristãos na ressurreição dos mortos.

RESPEITO COM OS MORTOS

Era prática dos judeus enterrar os seus mortos na terra ou em túmulos de pedra: "E tu irás a teus pais em paz; em boa velhice serás sepultado" (Gn 15.15). “E depois sepultou Abraão a Sara sua mulher na cova do campo de Macpela, em frente de Manre, que é Hebrom, na terra de Canaã. Assim o campo e a cova que nele estava se confirmou a Abraão em possessão de sepultura pelos filhos de Hete” (Gn 23.19-20.

Não era costume dos judeus cremar os corpos e olharam para essa prática com horror: "Assim diz o Senhor: Por três transgressões de Moabe, e por quatro, não retirarei o castigo, porque queimou os ossos do rei de Edom, até os tomar em cal" (Am 2.1).

A cremação só era prescrita, como castigo, em certos casos flagrantes de imoralidade. "E será que aquele que for tomado com o anátema será queimado a fogo, ele e tudo quanto tiver, porquanto transgrediu a aliança do Senhor, e fez uma loucura em Israel" (Js 7.15).

O CORPO DO CRISTÃO

Os cristãos seguiram o exemplo dos judeus no que concerne ao respeito pelos mortos. Aceitavam o ensino de que o corpo do cristão é o templo do Espírito Santo e, como tal, deveria ser respeitosamente sepultado: "Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?" (1 Co 3.16). "Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?" ( l Co 6.19 ).

Os cristãos primitivos procuravam sepultar os seus mortos num mesmo lugar, dando a esse lugar o título de cemitério, cujo significado é dormitório. Os corpos dos santos dormiam (Mt 27.52) e todos, mortos nessa esperança, aguardavam a volta de Cristo, quando, então, juntos, iriam ressuscitar: "Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória" (l Co 15.51-55).

Nos dias atuais, aqueles que geralmente pedem em vida para terem seus corpos cremados são pessoas revoltadas contra Deus. Manifestam, desse modo, insatisfação com essa figura medonha que é a morte, e concluem que, através da morte, tudo se acaba. Vivem dentro do conceito pagão sustentado, já nos dias de Paulo, pelos filósofos pagãos: "Comamos e bebamos, que amanhã morreremos" (1 Co 15.32). Para os tais que assim pensam, a morte é o fim de tudo, o corpo é apenas o pó da terra e o espírito não passa do fôlego que respiramos e que se reintegra ao ar atmosférico. Assim, o seu protesto diante desse modo de pensar é pedir que seus corpos sejam cremados. Apenas uma pequena exceção aceita a cremação fora desse conceito de transitoriedade do ser humano.

Jesus afirmou a ressurreição universal dos corpos, dizendo: "Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação" (Jo 5.28-29). "E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras" (Ap 20.12).

Maçonaria

Profanação no templo

Da Redação

O profano (iniciante) aproxima-se lentamente com os olhos vendados. Ao entrar na loja, o irmão “experto” toca-lhe o peito com a ponta de uma espada. Então, segue o seguinte interrogatório.

O Venerável pergunta:
– Vês alguma coisa, senhor?

A resposta do profano é imediata:
– Não, senhor.

O Venerável prossegue:
– Sentes alguma impressão?

Profano:
– O contato de um objeto aguçado sobre o peito.

Venerável:
– A arma cuja ponta sentes simboliza o remorso que há de perseguir-vos se fordes traidor à associação a que desejais pertencer. O estado de cegueira em que vos achais é o símbolo do mortal que não conhece a estrada da virtude que ides principiar a percorrer. O que quereis de nós, senhor?

Profano:
– Ser recebido maçom.

Venerável:
– E esse desejo é filho de vosso coração, sem nenhum constrangimento ou sugestão?

Profano:
– Sim, senhor.

Venerável:
– Previno-vos, senhor, que a nossa ordem exigirá de vós um compromisso solene e terrível... Se vos tornardes maçom, encontrareis em nossos símbolos a terrível realidade do dever.

Depois de submetido a muitas indagações, o profano é conduzido ao altar dos juramentos e ajoelha-se com o joelho esquerdo, pondo a mão direita sobre a constituição e a Bíblia, que devem ter em cima a espada. À mão esquerda, o profano segura o compasso, apoiando-o no lado esquerdo do peito. Daí, todos se levantam e ouvem o seguinte juramento:

“Eu, (nome), juro e prometo, de minha livre e espontânea vontade, pela minha honra e pala minha fé, em presença do Supremo Arquiteto do Universo, que é Deus perante esta assembléia de maçons, solene e sinceramente, nunca revelar quaisquer dos mistérios que sempre ocultarei e nunca revelarei qualquer uma das artes secretas, partes ou pontos dos mistérios ocultos da maçonaria que me vão ser confiados, senão a um bom e legítimo irmão ou em loja regularmente constituída, nunca os escrever, gravar, traçar, imprimir ou empregar outros meios pelos quais possa divulgá-los. Juro também ajudar e defender meus irmãos em tudo o que puder e for necessário, e reconhecer como Potência Maçônica regular e legal no Brasil o Grande Oriente do Brasil, ao qual prestarei obediência. Se violar este juramento, seja-me arrancada a língua, o pescoço cortado, e meu corpo enterrado nas areias do mar, onde o fluxo e o refluxo das ondas me mergulhem em perpétuo esquecimento, sendo declarado sacrílego para com Deus, e desonrado para com todos os homens. Amém”.

Em seguida, o neófito é conduzido para uma sala contígua ao templo, onde já se encontram colocadas duas urnas com espírito de vinho aceso. Deitado no chão, sobre um pano preto, deve estar um irmão (maçon), como se estivesse morto, amortalhado com a capa do 1º Experto. Todos os irmãos estarão de pé, sem insígnias, e armados de espada que apontam o neófito. Este é então desvendado pelo Venerável e encontra-se subitamente num ambiente lúgubre, com inúmeras espadas voltadas para ele. E ouve as graves admoestações do Venerável:

“Este clarão pálido e lúgubre é o emblema do fogo sombrio que há de alumiar a vingança que preparamos aos covardes que perjuram. Essas espadas, contra vós dirigidas, estão nas mãos de inimigos irrecon-ciliáveis, prontos a embainhá-las no vosso peito se fordes tão infeliz que violeis vosso juramento”.1

Como bem se expressa o Dr. Boaventura Kloppenburg, temos de ponderar que não estamos lendo alguma peça teatral, nem um documento antigo de sombrias épocas de sangue e vingança, mas o ritual prescrito para iniciação no primeiro grau da maçonaria.

Daí a pergunta que não quer calar: “Pode o cristão submeter-se a um ritual e juramento imbuídos de aspectos explicitamente condenáveis pela Palavra de Deus? Como imaginar até mesmo um pastor diante desse sacramento de iniciação maçônico? Como congregar, sob o mesmo teto, evangélicos, espíritas, muçulmanos, umbandistas, católicos, budistas, entre outros grupos religiosos, em nome de uma entidade divina conhecida pelo título de ‘Grande Arquiteto do Universo’? Será que tais pessoas estão de fato adorando o Deus de Abraão, Isaque e Jacó? Ou seja, o Deus da Bíblia?”.

Dá para imaginar, por exemplo, um cristão indo a um templo hindu para participar de uma cerimônia? Tal cristão poderia presumir que, seguindo os rituais hindus, estaria adorando a Jesus, ainda que participando de uma oração grupal a Vishnu?

Suponhamos, ainda, que os hindus concordem em mudar o nome Vishnu para Grande Arquiteto do Universo. Ainda que façam isso, certos elementos dos rituais da adoração pagã, como, por exemplo, andar ou dançar em círculos, hão de permanecer. Com a substituição do nome “divino”, seria então aceitável ao cristão participar de uma cerimônia de adoração hindu? E se porventura os hindus permitissem ao cristão participar da liturgia, dos rituais e fazer as orações hindus em nome de Jesus, tal adoração tornar-se-ia cristã?

Escrevendo aos irmãos de Corinto, o apóstolo Paulo disse o seguinte:

“Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios. Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios. Ou irritaremos o Senhor? Somos nós mais fortes do que ele?” (1Co 10.20-22).

“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis. Pois que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que consenso há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Pois vós sois o santuário do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor. Não toqueis nada imundo, e eu vos receberei” (2Co 6.14-17).

Para abonar essa contestação, devemos antes conhecer alguns segredos dessa entidade tão secreta. Primeiramente, analisaremos vários trechos de livros e manuais da maçonaria, embora muitas obras de sua autoria ainda permaneçam na obscuridade para os de fora. Como referência, tomaremos os livros atuais (nacionais e internacionais), escritos por maçons do mais alto grau, que descrevem o que ocorre dentro das lojas. Ainda que algum maçom negue a autoridade absoluta desse ou daquele autor maçônico, não poderá, no entanto, negar que tais escritos representam a prática e o ensino da maçonaria brasileira e mundial. A análise que faremos será à luz da Bíblia, a única regra de fé e prática dos cristãos evangélicos (2Tm 3.16,17).

O presente artigo nada mais é do que uma reflexão para saber se existe a possibilidade de uma pessoa poder conciliar ou não o cristianismo e a maçonaria. E também para saber se, ao abraçar as duas, ela está participando de duas religiões ou de uma só.

Se porventura o leitor já tiver sua própria posição a respeito do assunto, que o Senhor Deus o ajude a analisar as informações aqui descritas detalhadamente e, sobretudo, a buscar o conhecimento da vontade de Deus, por meio da orientação do Espírito Santo e da própria Bíblia. Somente assim, querido leitor, você terá condições de reavaliar sua posição e defini-la à luz da Palavra de Deus (Ef 5.17).

Um pouco sobre a maçonaria

Segundo afirmações dos próprios maçons, a maçonaria não é uma sociedade secreta. “Isso é calúnia dos adversários”, apregoam. Dizem, ainda, em alto e bom som, que a maçonaria é discreta, não secreta. Na Constituição do Grande Oriente do Brasil, art. 17, onde se especifica os deveres das lojas, sob a letra p vem a seguinte norma: “nada expor, imprimir ou publicar sobre assunto maçônico, sem expressa autorização superior da autoridade a que estiver subordinada, salvo Constituições, Regulamentos Gerais, Regimentos Particulares, Rituais, Leis, Decretos e outras publicações já aprovadas pelos Poderes competentes. Toda e qualquer publicação atentatória dos princípios estabelecidos nesta Constituição ou da unidade da Ordem sujeitará os seus autores às penalidades da Lei”.

É rigorosamente proibido aos profanos (não-maçons) tomar parte nas sessões comuns das lojas, como está relatado no art.19, parágrafo único, da Constituição: “As oficinas, sob nenhum pretexto, poderão admitir em seus trabalhos maçons irregulares; deverão identificar os visitantes pela palavra semestral”.

Com essas declarações de documentos oficiais autênticos, chegamos à conclusão de que a maçonaria é uma sociedade verdadeiramente secreta, no sentido próprio da palavra.

Qual a relação entre o cristianismo e a maçonaria?

Para ser aceito na maçonaria, o profano tem de observar alguns deveres preestabelecidos:

1. “Reconhecer como irmãos todos os maçons regulares e prestar-lhes, e também às suas viúvas, ascendentes ou descendentes necessitados, todo auxílio que puder;

2. Freqüentar assiduamente os trabalhos das oficinas; aceitar e desempenhar, com probidade e zelo, todas as funções e encargos maçônicos que lhe forem confiados, além de esforçar-se pelo bem da Ordem em geral, da pátria e da humanidade;

3. Satisfazer com pontualidade as contribuições pecuniárias que, ordinária ou extraordinariamente, lhe forem legalmente atribuídas;

4. Nada imprimir nem publicar sobre assunto maçônico, ou que envolva o nome da instituição, sem expressa autorização do Grão Mestre, salvo quando em defesa da Ordem ou de qualquer maçom injustamente atacado;

5. Ajudar e proteger seus irmãos em quaisquer circunstâncias e, com risco da própria vida, defendê-los contra as injustiças dos homens;

6. Manter sempre, tanto na vida maçônica como no mundo profano, conduta digna e honesta, praticando o bem e a tolerância, respeitando escrupulosamente os ditames da honra, da probidade e da solidariedade humana, subordinando-se com-preenssivamente às disposições legais e aos poderes maçônicos constituídos;

7. Amar os seus irmãos, mantendo bem alta a flama da solidariedade que deve unir os maçons em toda a superfície da terra”.2

Entre os deveres aqui enumerados, temos de acrescentar o que consta no art.1, parágrafo 1, letra g desta mesma Constituição onde se encontra o “requisito essencial” para os profanos, candidatos à iniciação, sem o qual não serão aceitos: “não professar ideologias contrárias aos princípios maçônicos e democráticos”. Se ele infringir essas normas, o art. 32, nº 13, confere ao Grão Mestre Geral, ou ao seu substituto legal, a atribuição de “suspender, com motivos fundamentados, para que sejam eliminados pelos Poderes competentes os maçons que professarem ideologias ou doutrinas contrárias aos princípios da Ordem e da Democracia”.

Assim, como o cristão maçom pode compartilhar suas ideologias cristãs aos companheiros de loja? No Dicionário Filosófico de Maçonaria, de Rizzardo da Camino, 33º grau, membro fundador da Academia Maçônica de Letras, encontramos a seguinte definição para cristianismo:

“A religião cristã, em si, não é adotada pela maçonaria, mas, sim, os princípios cristãos. A maçonaria é adotada em todos os países e proclama a existência de Deus sob o nome de Grande Arquiteto do Universo; não importa a religião que o maçom siga, o que importa é a crença no Absoluto, no Poder Divino, em Deus, seja qual for o nome que se lhe der, como Jeová ou Alá”.3

Como podemos ver nessa de-claração, a maçonaria não adota o cristianismo e, conseqüentemente, não aceita a existência de Jesus Cristo como o único Deus. Negar a crença no Grande Arquiteto do Universo (G.A.D.U.) é impedimento absoluto para a iniciação na maçonaria4, entretanto, é indiferente a crença em Jesus Cristo ou em Buda. Ainda que em seus rituais os maçons falem em Deus ou do Ser Supremo, ignoram a Santíssima Trindade, não mencionando uma vez sequer o santo nome de Jesus. Na verdade, os maçons jamais se dirigem a Deus mediante a Cristo. Diante disso, o verdadeiro cristão não pode aprovar semelhante abstração do cristianismo e muito menos conviver com esse tipo de coisa.

As características distintas dos deuses das diferentes religiões são outra evidência de que eles não são a mesma pessoa. Por exemplo: Brahma, o deus hindu, engloba em si o bem e o mal; Alá, o deus do islamismo, dificilmente perdoa; mas Yahweh, o Deus dos cristãos, é um Deus zeloso (Êx 34.14).

Algumas religiões são politeístas, ou seja, têm vários deuses (como a dos egípcios e a dos gregos). Outras são monoteístas (como o judaísmo e o cristianismo). Os hindus acreditam na reencarnação, sendo que no hinduísmo pode-se regredir e reencarnar em um animal. Os cristãos crêem na ressurreição: à volta do espírito no mesmo corpo. Determinadas religiões acreditam na extinção da vida, enquanto outras pregam a imortalidade da alma ao lado de Deus. Há aquelas que dizem que os homens tornam-se deuses após várias reencarnações. Outras afirmam que só existiu e sempre existirá um único Deus. Diante disso, será que o ser humano pode adorar a deuses tão diferentes (e isso simultaneamente) como se fossem um só?

O sistema maçônico, especialmente o Rito Escocês Antigo e Aceito, pode ser chamado de “deísta”, ou seja, considera a existência de um deus impessoal, destituído de atributos morais e intelectuais, confundindo-se com a natureza5. Os deístas limitam a participação de Deus à criação, como se Ele tivesse deixado o mundo para ser governado pelas leis naturais.6 Esse sistema difere do “teísmo” cristão, no qual Deus é um Deus pessoal e interfere permanentemente no destino da humanidade.

Para entendermos melhor o deísmo maçônico, vejamos a declaração de Rizzardo da Camino: “Cada religião expressa Deus, com nome diferente, como os israelitas que o denominam de ‘Jeová’; isso não importa, o que vale é sabermos que esse Grande Arquiteto do Universo é Deus”.7

Os cristãos, no entanto, não concordam com essas palavras. Não é a mesma coisa adorar o Deus verdadeiro e um bezerro de ouro, como os israelistas fizeram no deserto (Êx 32.1-10; Ne 9.6-31). O Deus da Bíblia é pessoal e único. Ele se preocupa com as pessoas e não abandonou a humanidade. Parece lógico seguir a todos os deuses, porque assim, no final, aquele que for o deus verdadeiro vai se manifestar em prol de seus seguidores. Mas o Deus das Escrituras não aceita ser comparado e muito menos igualado a outros deuses, simplesmente porque não existem outros deuses (Sl 115. 2-9). O nosso Senhor não aceita concorrência e estabelece que sejamos fiéis ao seu nome: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e além de mim não há Deus” (Is 44.6). “... guarda-te para que não esqueças o Senhor, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão. O Senhor teu Deus temerás, a Ele servirás, e pelo seu nome jurarás. Não seguirás outros deuses, nenhum dos deuses dos povos que houver à roda de ti” (Dt 6.12-14).

O indiferentismo perante Cristo é impossível: “Quem não é comigo é contra mim” (Mt 12.30), disse Jesus. Mas o verdadeiro maçom, em virtude dos “princípios estabelecidos” pela maçonaria, não pode estar com Cristo seguindo todos os seus ensinamentos e obedecer a todos os mandamentos maçons. Não é possível ser maçom verdadeiro e regular e, ao mesmo tempo, cristão autêntico e convicto.

A maçonaria é uma religião?

O primeiro e principal dever de cada loja maçônica, de acordo com a determinação do art.17, letra a, da Constituição do Grande Oriente do Brasil, é este: “observar cuidadosamente tudo quanto diz respeito ao espírito e à forma da instituição, cumprindo e fazendo cumprir a Constituição, as leis e as decisões dos Altos Corpos da Ordem”.

Antes de qualquer coisa, vamos analisar o que é religião. No Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, temos a seguinte definição: “culto prestado a uma divindade...”. Essa definição encaixa-se perfeitamente bem com as palavras de Rizzardo da Camino, 33º grau maçônico, autor de mais de quarenta livros: “O maçom, dentro do templo maçônico, através da liturgia, cultua o grande arquiteto do universo”8. Com isso fica provado que o que acontece dentro da loja maçônica nada mais é do que um culto de adoração a uma divindade, ao Grande Arquiteto do Universo (G.A.D.U.).

Existe um sistema de adoração dentro das lojas, conforme as palavras do maçom Carl H. Claudy: “As lojas da maçonaria são construídas para Deus. Simbolicamente, ‘construir para Deus’ significa edificar algo em honra, adoração e reverência a Ele. Mal o neófito entra no Portão Ocidental recebe a impressão de que a maçonaria adora a Deus”.9 Vejamos ainda o que diz o importante autor maçônico Henry Wilson Coil, em sua Enciclopédia Maçônica: “A ma-çonaria certamente exige a crença na existência de um Ser Supremo, a quem o homem tem de prestar contas e de quem depende. O que a igreja pode acrescentar a isso, exceto levar o indivíduo à comunhão com aqueles que tenham os mesmos sentimentos?... É exatamente isso que a Loja faz”.10

Como a maçonaria exige a crença no Grande Arquiteto do Universo e na imortalidade da alma para que o candidato se torne maçom, isto se torna uma grande evidência de que essa entidade é religiosa e possui um credo ou uma doutrina. Na cerimônia de admissão e a cada passagem de grau são feitos juramentos que nada mais são do que promessas ou profissões de fé no Grande Arquiteto do Universo e na fraternidade maçônica.

Diante de tudo o que vimos, como fica então? Podemos chamar a loja de templo, mas não de igreja? De fraternidade, mas não de religião? As invocações lá realizadas não são adorações? As liturgias não são cultos? A iniciação não é um tipo de batismo?

Será que as pessoas que insistem em negar a religiosidade da maçonaria não estão com as mentes fechadas? Ou será que escondem que a maçonaria é uma religião para que possam infiltrar-se nas igrejas? Uma coisa é certa: o cristão maçom pode negar que freqüenta duas religiões ao mesmo tempo, mas a sua declaração não muda os fatos.

Os praticantes da maçonaria

Sabemos que a maçonaria aceita qualquer pessoa, independente de seu credo religioso. A loja recebe muçulmanos, espíritas, budistas, entre outros, como membros. E também satanistas, magos e bruxos, inclusive nos mais altos graus. Nomes como Aleister Crowley, Albert Pike, Lynn F. Perkins (fundador da Nova Era), Jorge Adoum (Mago Jefa), Charles W. Leadbeater e o mágico Manly P. Hall11 constam de sua lista de participantes.

William Schnoebelen conta que era bruxo quando foi admitido na maçonaria. Para ele, o G.A.D.U. era o próprio Lúcifer (o diabo). Com o tempo, ele descobriu outros satanistas que também faziam parte do grupo12. Parece difícil conciliar cristãos e satanistas sob o mesmo teto, mas isso realmente acontece na maçonaria. Albert Pike, um dos grandes líderes maçons, escreveu que Lúcifer é deus e “portador da luz” e que a maçonaria deve seguir a doutrina luciferiana:

“A religião maçônica deve ser, por todos nós iniciados do alto grau, mantida na pureza da doutrina luciferiana. Se Lúcifer não fosse deus, será que Adonai, cujas ações provam sua crueldade, perfídia e ódio pelos homens, barbarismo e repulsa pela ciência, e seus sacerdotes o caluniariam? Sim, Lúcifer é deus, e infelizmente Adonai também é deus. Pois a lei eterna é que não há branco sem o preto, pois o absoluto só pode existir como dois deuses: as trevas são necessárias como moldura para a luz, assim como o pedestal é necessário para o que é imponente... Desta forma, a doutrina do satanismo é uma heresia; a religião filosófica pura e verdadeira é a crença em Lúcifer, o equivalente de Adonai; mas Lúcifer, deus da luz e deus do bem, está batalhando pela humanidade contra Adonai, o deus das trevas e do mal”.13

No hebraico, o termo Adonai significa literalmente “Senhor” ou “Mestre”. É sinônimo de Yahweh (transcrito como “Senhor” na Bíblia de Almeida) e Elohim (traduzido “Deus”, ou seja, o nosso Deus). Albert Pike diz, absurdamente, que o nosso Deus é o deus das trevas, que odeia os homens! Que contraste com a revelação bíblica, que afirma: “Há muito que o Senhor me apareceu, dizendo: Porquanto com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí” (Jr 31.3). E ainda: “Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados” (1Jo 4.10).

A maçonaria não aceita, e nem poderia aceitar, o cristianismo, porque é impossível conciliar cristianismo e satanismo. O Deus que para nós é o Deus do bem, para o líder maçom é o deus do mal. Será que o cristão pode submeter-se a isso: adorar o Grande Arquiteto do Universo (G.A.D.U.), que na maçonaria pode ser o próprio diabo?

O valor da Bíblia

Na Enciclopédia Maçônica de Coil, lemos o seguinte: “A opinião maçônica prevalecente é a de que a Bíblia é apenas um símbolo da Vontade, Lei ou Revelação Divina, e não que o seu conteúdo seja a Lei Divina, inspirada ou revelada. Até hoje, nenhuma autoridade tem mantido que um maçom deve acreditar na Bíblia ou em qualquer parte dela”14. Para a maçonaria, a Bíblia é “uma das três grandes luzes emblemáticas”, sendo colocada no mesmo patamar dos seus símbolos (esquadro e compasso). Mesmo que Coil não negasse o conteúdo divino da Palavra de Deus, esta atitude comparativa já seria suficiente para demonstrar que a Bíblia não é mais importante do que os símbolos maçônicos. Além disso, segundo a doutrina maçônica, ela pode ser substituída por qualquer outro livro de religião fluente no país. Nos países islâmicos, por exemplo, usa-se o Alcorão, em Israel, a Torá etc. Alguns maçons dizem que a Bíblia é um “livro sagrado” para a loja, mas se ela pode ser substituída por outros livros, então não é sagrada, já que um objeto sagrado é insubstituível.

Oliver Day Street, outro erudito da loja, chega a dizer o seguinte: “Nenhuma loja entre nós deve ser aberta sem sua presença (da Bíblia). Mesmo assim, ela não é mais do que um símbolo... Não há nada de sagrado ou santo no mero livro. É só papel comum... Qualquer outro livro com o mesmo significado serviria...”.15 Outro maçom, J.W. Acker, afasta qualquer semelhança entre a maçonaria e o cristianismo bíblico ao declarar: “Os judeus, os chineses, os turcos, cada um rejeita ou o Antigo ou o Novo Testamento, ou ambos, e ainda assim não vemos nenhuma boa razão por que não se devam tornar maçons. Na verdade, a Maçonaria da Loja Azul nada tem a ver com a Bíblia. Não se fundamenta na Bíblia. Se assim fosse, não seria Maçonaria”.16

Se para os maçons a Bíblia é apenas um enfeite ou uma parte da mobília da loja17, a opinião dos cristãos é diferente, pois, de acordo com o apóstolo Pedro, “... nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pe 1.20,21).

A Bíblia é a revelação de Deus aos homens!

Uma questão de escolha

Ser religioso não significa apenas freqüentar um local para prestar culto. É muito mais que isso. Ser religioso é seguir fielmente a doutrina que professa. Se a pessoa crê em Cristo, deve ser de Cristo. Se acredita no Alcorão, deve ser islâmica. Não importa se o caminho que escolheu é certo ou errado. Deve ser firme, convicta. Lembremo-nos do que Cristo disse em Mateus 12.30: “Quem não é por mim, é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha”.

Muitos maçons se dizem religiosos porque são líderes em suas Igrejas e ajudam os pobres. Publicamente louvam a Deus, mas no ambiente maçônico ajoelham-se diante do pentagrama e adoram os símbolos dos deuses do Egito e do pecado.

É uma pena que, apesar da controvérsia sobre o assunto, muitos cristãos ainda insistam em ser maçons, demonstrando que não são capazes de abdicar de seus interesses pessoais ou de uma série de interesses em prol da obra do Senhor Jesus. Ao invés de buscarem a união na Igreja, insistem em ser causa de divisão (Ef 4.3). Muitos demonstram e chegam a declarar abertamente que, se for preciso escolherem entre a loja e a Igreja, preferem permanecer na loja. É mesmo o fim dos tempos. Quantos estão apostatando da fé. Suas mentes estão cauterizadas (1Tm 4.1,2; Hb 3.12-19; 2Tm 4.3,4).

A verdade é que os maçons têm a maçonaria como uma religião, isto é, defendem-na como uma religião, freqüentam-na como uma religião. Muitos chegam a dizer que encontraram nessa entidade “paz” e “comunhão” que não encontraram na Igreja!18 Mas será que o mundo pode oferecer paz semelhante à que Cristo dá? O que Jesus diz em João 14.27?

A Palavra de Deus afirma que aquele que não concorda com as sãs palavras de Cristo é causador de questões e contendas (1Tm 6.3-5). Se a maçonaria se torna, cada vez mais, motivo de confusão e controvérsia entre os irmãos cristãos, por que insistir nessa dissensão? “Porque Deus não é de confusão; e, sim, de paz” (1Co 14.33). Dissensões e facções são obras da carne (Gl 5.19-21). O cristão que abraça a maçonaria escandaliza outros irmãos e coloca dúvidas nos recém-convertidos, que se confundem com opiniões divergentes dentro da Igreja.

O cristão maçom não leva apenas problemas para a Igreja, mas também para a sua casa. Ao chegar da loja, não pode contar nada do que aconteceu lá. É uma situação difícil para o lar cristão: o marido escondendo coisas da mulher. A esposa é aquela para quem ele jurou fidelidade e lealdade. É a sua companheira até que a morte os separe que não pode saber o que ele está fazendo fora de casa. Além da esposa, os filhos e outros familiares passam a viver em um ambiente de mistério e segredos. E isso não agrada o nosso Deus, que quer que sejamos sinceros e falemos sempre a verdade.

Os enigmas de Sansão trouxeram sérios problemas para a sua vida familiar (Jz 14.10-14). Não podemos nos esquecer disso!


GRAUS DO RITO ESCOCÊS

LOJA OU GRAUS SIMBÓLICOS

1. Aprediz
2. Companheiro
3. Mestre

GRAUS CAPITULARES

4. Mestre Secreto
5. Mestre Perfeito
6. Secretário Íntimo
7. Chefe e Juiz
8. Superintendente do Edifício
9. Mestre Eleito dos Nove
10. Ilustre Eleito dos Quinze
11. Sublime Mestre Eleito
12. Grande Mestre Arquiteto
13. Mestre do Arco Real de Salomão
14. Grande Eleito Maçon
15. Cavaleiro do Oriente ou da Espada
16. Príncipe de Jerusalém
17. Cavaleiro do Leste e Oeste
18. Cavaleiro da Ordem Rosa Cruz

GRAUS FILOSÓFICOS

19. Grande pontífice
20. Grande Ad-Vitam
21. Patriarca Noachita ou Prussiano
22. Cavaleiro do Machado Real
23. Chefe do Tabernáculo
24. Príncipe do Tabernáculo
25. Cavaleiro da Serpente de Bronze
26. Príncipe da Misericórdia
27. Comandante do Templo
28. Cavaleiro do Sol
29. Cavaleiro de Santo André
30. Cavaleiro Cadosh

GRAUS SUPERIORES

31. Inspetor Inquisidor
32. Mestre do Segredo Real
33. Grande Soberano Inspetor Geral

SÍMBOLOS DA MAÇONARIA

ESQUADRO
Significa a retidão, limitada por duas linhas: uma horizontal que representa a trajetória a percorrer na Terra, ou seja, o determinismo, o destino; e a outra vertical, o caminho para cima, dirigindo-se ao cosmo, ao universo, ao infinito, a Deus.

COMPASSO
Traça círculos e, abrindo e fechando, delimita espaços. Representa o senso da medida das coisas. Significa a medida das coisas.

NÍVEL
Representa a igualdade. Todos os homens devem ser nivelados no mesmo plano.

PRUMO
Indica que o maçom deve ser reto no julgamento, sem se deixar dominar pelo interesse, nem pela afeição.

CINZEL
Sugere o trabalho inteligente.Instrumento manejado pelo aprendiz com a mão esquerda. Como o cinzel é uma ferramenta que exige uma participação de outra (o malho), representa a inteligência humana, que isolada nada constrói.

PENTAGRAMA
Representação de um homem de pé com as pernas abertas e os braços esticados: indica o ser humano e a sua necessidade de ascensão.

COLUNAS
São três colunas no templo maçônico.Uma significa o lado masculino, a força; a outra o feminino, a beleza; a terceira, a sabedoria.

SOL
É a fonte da vida, a positividade da existência do homem.

AVENTAL
Usado por todos os maçons durante as sessões, o avental representa a pureza, a inocência.

ESPADA
É o símbolo da igualdade, da justiça e da honra. Corresponde à consciência e à presença divina na construção do templo.

DELTA LUMINOSO
Representa a presença de Deus, demonstrando a sua onisciência. É um triângulo com um olho no centro.

Judaísmo

Os valores internos e externos da circuncisão

Na Bíblia, vemos que os “filhos de Israel (ou hebreus, como eram chamados naquele tempo) entravam em aliança com Deus por meio de três ritos: a circuncisão (berit-milá), a imersão (tevilá) e o oferecimento de um sacrifício (corbán)”1.

Abraão foi a primeira pessoa a aceitar o chamado divino para sair “... da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai...” (Gn 12.1) em obediência à voz de Deus. Esta aceitação foi selada pelo sinal da aliança: “Este é o meu concerto, que guardareis entre mim e vós e a tua semente depois de ti: Que todo o macho será circuncidado. E circuncidareis a carne do vosso prepúcio; e isto será por sinal do concerto entre mim e vós. O filho de oito dias, pois, será circuncidado; todo o macho nas vossas gerações, o nascido na casa e o comprado por dinheiro a qualquer estrangeiro, que não for da tua semente. Com efeito, será circuncidado o nascido em tua casa e o comprado por teu dinheiro; e estará o meu concerto na vossa carne por concerto perpétuo. E o macho com prepúcio, cuja carne do prepúcio não estiver circuncidada, aquela alma será extirpada dos seus povos; quebrantou o meu concerto” (Gn 17.10-14).

A circuncisão foi o primeiro mandamento observado por Abraão cuja idade já era bem avançada: “Era Abraão da idade de noventa e nove anos, quando lhe foi circuncidada a carne do seu prepúcio. E Ismael, seu filho, era da idade de treze anos, quando lhe foi circuncidada a carne do seu prepúcio” (Gn 17.24-25). Quando os hebreus estavam prestes a celebrar a Páscoa (Pêssach, em hebraico), Moisés circuncidou todos os homens. Fez isso para que pudessem ser contados como participantes das promessas divinas e, assim, tivessem o direito de participar do cordeiro pascal (Êx 12.48) sem nenhum problema. “A circuncisão tornou-se um sinal de identificação com o povo da aliança” 2.

Conforme vimos nos textos acima, a circuncisão passou a ser praticada pelos patriarcas desde antes da promulgação da lei mosaica. E até hoje é considerada a mais importante cerimônia do judaísmo. Nenhuma comemoração ou data deve impedir o menino judeu de fazer a circuncisão, nem mesmo o sábado (Shabat) ou o Dia da Expiação (Yom Kipúr). Somente em caso de saúde cuja gravidade possa comprometer a vida do infante esta cerimônia será adiada para outro dia após o oitavo dia do nascimento. Para o judeu, “o dia mais sagrado do calendário judaico é o sábado. A punição na Bíblia por violar o Shabat é muito mais severa do que por violar o Yom Kipúr3. A primeira gera morte, e a segunda, excomunhão.

Mesmo que o oitavo dia coincidisse com o sábado a criança era circuncidada: “Porque Moisés vos deu a circuncisão (embora na realidade ela não venha de Moisés, mas dos patriarcas), no sábado circuncidais um homem. Ora, se o homem pode receber a circuncisão no sábado, para que não se viole a lei de Moisés, por que vos indignais contra mim por eu ter curado o homem todo no sábado?” (Jo 7.22-23).

A circuncisão e a ciência

Quanto ao aspecto de a circuncisão ser obrigatoriamente praticada no oitavo dia após o nascimento, um fato interessante: a medicina constatou que é justamente nesse período que o sangue da criança coagula mais facilmente, proporcionando rápida cicatrização. “Este assunto foi abordado por dois cientistas que afirmam que o bebê tem uma sensibilidade especial para sangramentos nos primeiros dias de vida e qualquer hemorragia, por menor que seja, pode trazer grandes danos para a criança, e até a morte. Isto porque a base principal para a coagulação sanguínea, a vitamina K, só chega ao nível ideal no sétimo dia de vida. Também outro elemento necessário para a coagulação sanguínea, a protombina, atinge o seu nível máximo somente no oitavo dia de vida; chega até a estar acima do nível normal – 110%. Depois disso decresce e estabiliza-se em 100%. Está claro, então, que o primeiro momento mais seguro para a realização da milá é o oitavo dia, tanto pela quantidade de vitamina K quanto de protombina” 4. Pela perspectiva
médica, a circuncisão é aconselhável como uma medida sanitária. Hoje, muitos hospitais nos Estados Unidos utilizam a circuncisão como um processo rotineiro.

Originalmente, era obrigação do pai circuncidar seu filho. O primeiro exemplo foi Abraão que circuncidou Isaque quando ele tinha oito dias de idade (Gn 21.4). Mas, atualmente, a circuncisão é realizada por um profissional chamado Mohel em hebraico, pessoa treinada e especializada para executar tal operação. O homem que segura a criança é chamado sandec, título derivado do grego que significa “padrinho”. Em hebraico, ele é conhecido como baal berit, que quer dizer “chefe da circuncisão”, pois assume posição central (de grande responsabilidade) durante a cerimônia.

Durante todo o ritual da circuncisão, um assento é posto ao lado da cadeira reservada para o sandec. “Esta cadeira, que permanece vaga, é reservada para o profeta Elias que, de acordo com a tradição, presencia cada berit para proteger a criança do perigo”5. Todos os presentes acompanham a cerimônia da circuncisão de pé, em reverência à ordenança divina. Antes e depois da circuncisão são pronunciadas as bênçãos. Em seguida, é dado o nome da criança. “A retirada de sangue é conhecida como hatafat dam berit, ou seja, extração de sangue da Aliança” 6. Se o pai for capaz de realizar a circuncisão, não é permitido a ele delegar a função a nenhuma outra pessoa. Precisamos esclarecer que não é por meio da cerimônia da circuncisão que o menino é iniciado no judaísmo, isso ocorre no nascimento. A circuncisão é o cumprimento na vida do menino judeu que irá refletir sua fé interior no pacto que Deus selou com seu povo. O Talmude (San’hedrin 44ª) declara: “que um judeu permanece judeu para sempre, mesmo se ele cometer um pecado. Como pecador, ele pode perder certos privilégios, mas não perde seus direitos de judeu”7. Todavia, entre os judeus não há uma definição de quem é judeu. Existem duas maneiras de se fazer parte da comunidade judaica:

1) Segundo o rabino Yits’chac Halevi Herzog, “somente é judeu o nascido de mãe judia. Se a mãe não for judia e o pai sim, o filho não é judeu. A única maneira pela qual alguém cuja mãe não é judia pode tornar-se judeu é convertendo-se. Para a conversão de uma mulher, é necessária a imersão (micvá); para o homem, são necessárias a imersão e a circuncisão. Aqueles que nasceram judeus e os convertidos, declarou o rabino, são judeus para sempre”8;

2) Para o primeiro-ministro de Israel David Ben Gurion (1886-1973), “qualquer um que se declare judeu, viva como tal e esteja interessado no bem-estar dos judeus é considerado judeu, independente da fé professada por sua mãe” 9.

A declaração do primeiro-ministro de Israel está de acordo com a afirmação do apóstolo Paulo, que diz: “Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não na letra, cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus” (Rm 2.28-29). O mais importante é que a circuncisão tem um significado espiritual de grande importância, pois demonstra que o Eterno Deus requer de seu povo não somente uma aliança externa na carne, mas determina pureza e compromisso interiores, pela circuncisão do coração: “E o Senhor, teu Deus, circuncidará o teu coração e o coração de tua semente, para amares ao Senhor, teu Deus, com todo o coração e com toda a tua alma, para que vivas” (Dt 30.6); e ainda: “Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração e não mais endureçais a vossa cerviz” (Dt 10.16). Podemos ver que a circuncisão do coração era um requisito divino até mesmo para os israelitas que já eram circuncisos na carne.

A verdadeira circuncisão

Uma análise mais profunda da circuncisão nos mostra que este mandamento, dirigido a Abraão, é uma aliança eterna com os filhos de Israel, isto é, uma aliança de afinidade com o povo judeu, por meio da qual o Eterno se compromete em tornar os descendentes de Abraão em uma grande nação e em separá-los como um povo especial para Ele (Gn 12.1-3). Assim, a circuncisão, para o judeu, não é apenas um mandamento, mas uma identificação pessoal e intransferível outorgada pelo Deus de Israel que o diferencia de todas as outras nações. Não se trata apenas de um costume, mas é o elo que mantém unido o povo hebreu através dos séculos: “O povo judeu cumpre com muito amor esta mitsvá (mandamento) há milhares de anos. Só a ordem divina já nos dá motivação suficiente para cumpri-lo” 10.

“Qual é, logo, a vantagem do judeu? Ou qual a utilidade da circuncisão? Muita, em toda a maneira, porque, primeiramente, as palavras de Deus lhe foram confiadas” (Rm 3.1-2); e também “... a adoção de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas” (Rm 9.4). A circuncisão, como aliança, foi dada por Deus a Abraão em um determinado tempo e espaço com a intenção de gerar para si um povo santo: “Porque eu sou o Senhor, que vos faço subir da terra do Egito, para que eu seja vosso Deus, e para que sejais santos; porque eu sou santo” (Lv 11.45). Portanto, “a circuncisão é, na verdade, proveitosa, se tu guardares a lei; mas, se tu és transgressor da lei, a tua circuncisão se torna em incircuncisão” (Rm 2.25).

“Os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados. Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei, os quais mostram a obra da lei escrita no seu coração, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os, no dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho. Eis que tu, que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus; e sabes a sua vontade, e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído por lei; e confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas, instruidor dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade na lei; tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas? Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, comete sacrilégio? Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei? Porque, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós. Porque a circuncisão é, na verdade, proveitosa, se tu guardares a lei; mas, se tu és transgressor da lei, a tua circuncisão se torna em incircuncisão. Se, pois, a incircuncisão guardar os preceitos da lei, porventura, a incircuncisão não será reputada como circuncisão? E a incircuncisão que por natureza o é, se cumpre a lei, não te julgará, porventura, a ti, que pela letra e circuncisão és transgressor da lei? Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não na letra, cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus” (Rm 2.13-29).

O apóstolo Paulo é taxativo: sem obediência, a circuncisão se transforma em incircuncisão. “Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegaste perto. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derribando a parede de separação que estava no meio, na sua carne, desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, e pela cruz, reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades” (Ef 2.13-16).

O mesmo apóstolo ainda afirmou que a verdadeira “...circuncisão somos nós que servimos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne” (Fl 3.3). Esse argumento do apóstolo Paulo gerou grande conflito, pois os judaizantes eram da opinião de que a circuncisão era medida necessária para salvação. Entendiam que a circuncisão fazia parte do pacto abraâmico, e qualquer indivíduo que não fosse circuncidado não poderia ter a esperança de ser salvo. Logo, todos os circuncidados já estavam automaticamente absolvidos de todo julgamento. “Entretanto, no dizer das Escrituras, qual era o real valor da circuncisão?

a) A circuncisão era o sinal do pacto abraâmico, além de ser um dos muitos privilégios de Israel, o que fazia deles uma sociedade superior (Rm 9.4-5);

b) Tinha valor como preparação para melhores coisas vindouras. Também falava sobre a santificação. Isso teria lugar em Cristo. Falava de identificação com a geração de Abraão, e isso, por sua vez, tipificava o que Deus faria mediante o filho de Abraão, Jesus, o Messias;

c) Falava de um povo que seria separado para a santidade e a salvação. Tornava os homens cônscios de que existiam esses privilégios, e, sabendo-o, talvez os buscassem, se ao menos fossem suficientemente sábios;

d) A circuncisão afetava o órgão gerador, e isso simbolizava a produção de vida. A vida eterna está em Cristo e os homens, por darem atenção à mensagem de Deus e tomando parte em seu conceito, podem aprender acerca da real fonte da vida;

e) Há uma real circuncisão, de ordem absoluta, isto é, a circuncisão do coração. A santificação genuína leva os homens à salvação (Rm 2.29);

f) A circuncisão era um mero sinal. A verdade simbolizada era a salvação. Por igual modo, o batismo é apenas um sinal, um símbolo, e não a substância, ou qualquer parte da substância essencial da salvação (Cl 2.11)” 11.

Na nova aliança, o que precisa ser circuncidado é o coração, e não a carne. Devemos cortar da nossa vida tudo aquilo que seja desagradável e impuro aos olhos de Deus. Muitos cristãos hoje são um testemunho vivo do poder do Espírito Santo que transformou o seu modo de pensar e agir (1Co 6.9-11; Gl 5.22-24; Ef 4.22-24).

O que é a circuncisão?

É a remoção da pele que cobre a glande, ou prepúcio, do pênis. O verbo hebraico mul (circuncidar) é usado em sentido literal e figurativo. O substantivo grego peritomé (circuncisão) significa literalmente “cortar em derredor” (Jo 7.22). O termo grego akrobystía é usado na septuaginta grega para traduzir a palavra hebraica para “prepúcio”, “incircuncisão”, e daí, “gentios” 1.

“A prática de cortar fora o prepúcio do pênis era usada mesmo antes da época de Abraão” 2. Os egípcios praticavam a circuncisão, e também os moabitas, os amonitas e os edomitas. Mais tarde, os samaritanos que aderiram aos requisitos especificados no Pentateuco também foram circuncidados. Por outro lado, os assírios, os babilônios (como todos os semitas orientais), os gregos e notavelmente os filisteus não praticavam a circuncisão. Estes últimos, especialmente, são mencionados de modo depreciativo como “incircuncisos”, e foi das lutas contra eles que Davi trouxe como troféu os prepúcios (Jz 14.3; 15.18; 1Sm 14.6; 17.26; 18.25-27; 2Sm 1.20; 1Cr 10.4).

Jogos de azar – o que dizer?

O jornal O Estado de São Paulo, em sua edição de 6 de outubro de 1999, noticiou a respeito da aglomeração de pessoas nas lojas lotéricas em decorrência da ansiedade dos brasileiros em ganhar na Mega Sana. Na ocasião, a matéria afirmava que: Apesar da fama do brasileiro deixar tudo para a ultima hora, o prêmio acumulado de R$ 60 milhões da Mega Sena esta fazendo com que algumas pessoas se convertam à organização e antecipem as apostas. Alem da ansiedade por escolher logo as dezenas que podem garantir uma boa vida, muita gente tem medo de voltar a enfrentar as filas que caracterizam as semanas anteriores, principalmente nas horas que antecederam os sorteios.

Os que arriscam a sorte

A palavra sorte não significa apenas bom resultado, mas também anseio pela ajuda de divindades que possam oferecer a vitória tão desejada. Os termos jogatina e aposta são, às vezes, usados com respeito às atividades que envolvem risco ou esperança de lucro. Geralmente, se definem como a maneira de arriscar, voluntariamente, uma grande soma de dinheiro por meio de aposta, parada ou lance em um jogo ou em qualquer outro tipo de atividade que envolva sorte.

Um ditado popular muito usado por pessoas dadas aos jogos de azar é: quem não arrisca, não petisca. Com isso, justificam suas fezinhas em varias modalidades de jogos, como por exemplo, o popular jogo do bicho, o bingo a Tele Sena e a loteria esportiva. Ultimamente, a sorte está sendo lançada, com mais freqüência, na mega sena. Quando é anunciado pelos meios e comunicação que a sena está acumulada por alta de ganhadores, os brasileiros formam filas intermináveis nas casas lotéricas a fim de tentar a sorte e ganhar a bolada. Nessa tentativa, as pessoas gastam o que podem e o que não podem. Muitos começaram a jogar na Sena nessas ocasiões de importâncias acumuladas e hoje o jogo já se tornou um vicio. Aquilo que começou como uma brincadeira já se tornou parte na vida da pessoa que não consegue passar uma semana sem fazer sua aposta. A sena oferece a oportunidade de enriquecer rapidamente, e muitos sonham com o que fariam com o dinheiro caso botasse a mão na bolada que o jogo oferece. Dizem de si para si: Alguém tem de ganhar e esse alguém pode ser eu. Já imaginou o que eu faria com os milhões de Reais na mão?

Os fins justificam os meios?

Certos lideres políticos justificam os jogos de azar com a alegação de que muitas obras sociais são realizadas com o dinheiro arrecadado dos jogos. Entretanto, deve-se notar que os governos, ao promoverem as loterias, apelam para uma das qualidades humanas mais baixas: a ganância. Na verdade, estão contribuindo para a corrupção, e não para a melhora da vida humana. Não se pode ignorar que a maioria dos apostadores é composta por pessoas pobres, que, na ânsia de ganhar, arriscam o leite e o pão de seus filhos. Com isso, prejudicam os que lhes são caros. Alem disso, a ganância que envolve a jogatina é uma das causas primaria de grande parte dos crimes e da violência que estão associados com serias operações.

O que diz a Bíblia?

Embora reconheçamos que a Bíblia não dá nenhuma base para qualquer regra rígida contra cada tipo de aposta, ela nos ajuda a ver que a jogatina é um serio mal que resulta no asfaltamento do homem de Deus. Vejamos os ensinos que extraímos das Escrituras sobre os jogos de azar:

- A bíblia não trata claramente a respeito desse assunto. O único caso que pode ser classificado como jogatina ocorreu quando os soldados romanos lançaram sortes para decidir quem ficaria com a túnica de Jesus. Depôs de o crucificarem, repartiram entre si as suas vestes, tirando a sorte (Mt 27.35).
- Alguns interpretes da Bíblia apontam Is 65.11-12 como prova de que ela condena especificamente os jogos de azar. Deve-se ter presente, entretanto, que o texto refere-se à deusa Fortuna, a quem os apostadores caldeus recorriam em busca de ajuda. Quando qualquer israelita buscasse a ajuda dessa deusa, estava, na verdade, praticando um ato abominável diante de Deus ao preparar um banquete para o citado ídolo. Deram culto a seus ídolos, os quais se lhes converteram em laço, pois imolaram seus filhos e sua filhas aos demônios (Sl 106.36-37).
- A jogatina, amiúde, induz a preguiça. Incentiva as pessoas a conseguirem algo sem troca de nada, alem de levá-las a mentir e/ou a defraudar, a fim de obterem o que desejam sem trabalhar. A Bíblia incentiva o homem a ganhar o seu próprio pão com o suor do seu rosto. É justamente isso que Deus ordena em Gênesis 3.19: No suor do teu rosto comeras o teu pão... Paulo recomendou: Se alguém não quiser trabalhar, não coma também. Porquanto ouvimos que alguns entre vos andam desordenadamente, não trabalhando, antes fazendo coisas vãs (2 Ts 3.10-11). Contestando essa atitude, Salomão aconselhou: Viste um homem diligente na sua obra? Perante reis será posto; não será posto perante os de baixa sorte (Pv 22.29).
- Encontramos na Bíblia advertências contra o amor ao dinheiro. Ainda o sábio Salomão aconselhando a respeito desse apego inútil, afirmou: O que amar o dinheiro nunca se fartara de dinheiro; e que amar a abundancia nunca se fartara da renda: também isso é vaidade. Doce é o sono do trabalhador, quer coma pouco quer muito; mas a fartura do rico não o deixa dormir (Ec 5.10-12). E o apostolo Paulo, por sua vez, declara em 1Tm 6.10: Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.

Causa do tropeço

Sendo Deus o Criador do mundo e de todo o ser criado como afirma a Bíblia: Os céus proclamam a gloria de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos (Sl 19.1), devem os cristãos admitir sua condição de apenas administradores dos bens mais importantes que os Senhor lhes concedeu: vida e saúde para conseguir, por meios lícitos (ou seja, o trabalho honesto), os bens materiais de que tanto precisam. São responsáveis diante de Deus pelo uso do dinheiro e devem constantemente lembrar-se da admoestação que o próprio Deus nos faz: Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão, e o vosso suor naquilo que não pode satisfazer? (Is 55.2).

Os cristãos devem ter isso em mente sempre que forem tentados a fazer uma fezinha nos jogos de azar. Os maus frutos da jogatina são tão notórios que, em muitos lugares, os praticantes do jogo do bicho são tidos como maus elementos e encarados com desdém.

Não é a toa que o cristão deve evitar o vicio dos jogos de azar: Não vos torneis causa de tropeço nem para judeus, nem para gentios, nem tampouco par a igreja de Deus (1Co 10.32).


Porque não creio na astrologia

“O grande inimigo da verdade não é, geralmente, a mentira: deliberada, inventada, desonesta; mas, sim, o mito: persistente, persuasivo e fora da realidade”   — Kennedy

“E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos. E sejam para luminares na expansão dos céus, para iluminar a terra; e assim foi. E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas. E Deus os pôs na expansão dos céus para iluminar a terra, e para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas; e viu Deus que era bom.

E foi a tarde e a manhã, o dia quarto”
— Gn 1.14-19

A finalidade de Deus, ao criar os astros e as estrelas, era iluminar a terra e determinar o andamento regular do tempo. De modo algum, sua pretensão foi, por meio desses astros, controlar o temperamento ou o destino do homem sobre a terra. Esta concepção não é real e muito menos bíblica. É querer usar as estrelas e os astros para um fim para o qual não foram criados. O resultado só pode ser um grande engano.

Os astrólogos sim, têm influenciado a atitude dos homens, levando-os a confiar mais em supostas previsões, baseadas nos astros, do que no exercício do seu livre-arbítrio diante de um Deus pessoal que exige deles uma resposta. As estrelas não têm nada a ver com isso. Os que pensam estar sendo manipulados pelo Sol, pela Lua e pelas estrelas, na verdade, estão sendo manipulados pelos astrólogos. Se pensarmos que Ronald Reagan, quando presidente dos EUA, se utilizava constantemente de astrólogos, só podemos concluir que estes sim, têm influenciado o mundo, e não as estrelas. Estas, se tivessem consciência, ficariam coradas de vergonha com o que é dito e feito em seu nome. Os “analfabetos do espaço”, incapazes de ler o que dizem as estrelas, sujeitam-se docilmente àqueles que alegam poder fazê-lo.

A astrologia tem sido um sistema de arte divinatória que tem influenciado a conduta da humanidade por milênios. Mas nem sua antiguidade nem sua popularidade podem torná-la veraz. Não há respostas satisfatórias para muitas perguntas concretas sobre este assunto. Há muitos motivos pelos quais não podemos crer na astrologia. Se a sua popularidade puder comprovar alguma coisa, então existem muitos outros absurdos que deveremos aceitar como verdade.

Por que não cremos na astrologia?

Porque as estrelas que vemos nos céus podem deixar de existir

As distâncias no espaço sideral são muito maiores do que podemos imaginar. São tão grandes que são medidas por uma unidade de distância chamada ano-luz, que equivale à distância percorrida pela luz no período de um ano. Se levarmos em conta que a velocidade da luz é de 300.000 km por segundo, em um ano a distância percorrida por ela seria de aproximadamente 9.000¹² km.

Quando imaginamos que depois do Sol a estrela mais próxima da terra se encontra há muitos anos-luz de distância, concluímos que na verdade a luz da estrela que estamos contemplando é uma luz emitida por ela há muitos anos. É complicado acreditar que esta distância permita qualquer influência dos corpos celestes sobre nós. Cálculo algum pode tornar coerente alguma influência deles sobre nossas vidas. Além disso, é possível que tal luz possa ser o reluzir de uma estrela que já nem existe mais!

Porque não existe uma razão lógica para que a nossa vida e temperamento sejam influenciados pelos astros

Que os astrólogos nos expliquem porque as posições dos astros influenciam nosso ser e destino. Que nos expliquem qual é a interação existente entre a massa e o movimento desses corpos celestes com o nosso modo de ser e com os acontecimentos de nossas vidas. É uma energia? É uma força física, espiritual? Os astros são deuses? Como podem atingir o nosso cérebro?

Não existem explicações plausíveis e razoáveis para todas estas indagações. Os próprios astrólogos desconhecem estes porquês e as pessoas que consultam horóscopos nem sempre se preocupam em perguntar. Talvez com medo de descobrir que suas crenças não têm fundamentos, elas preferem fazer de conta que as estrelas falam, enquanto os astrólogos fazem de conta que as ouvem.

Para o astrônomo Varella, diretor do Planetário Municipal de São Paulo, os postulados aceitos pelos astrólogos estão longe de constituir uma lei física: “É pura invenção [...] é apenas mais uma evidência do egocentrismo praticado por quem considera que os astros exercem alguma influência sobre os seres humanos”. Graças às mais modernas pesquisas da astrofísica, descobriu-se que há no cosmo forças, partículas, subpartículas, agindo e reagindo entre si e sobre os astros. Mas nunca se detectou qualquer tipo de energia emanada dos planetas capaz de atravessar o espaço, penetrar na atmosfera terrestre e afetar as características de pessoas nascidas neste ou naquele instante.

Ainda vale a pena mencionar a declaração de I.W. Kelly, em seu livro Astrologia moderna: uma crítica. Ele não deixa dúvidas quanto à vaidade (futilidade) da astrologia e quanto aos verdadeiros elementos por trás dessa prática: “A astrologia, do modo que é praticada atualmente (seja na sua forma tradicional ou psicológica), não é de qualquer relevância na compreensão de nós mesmos ou de nosso lugar no cosmo. Seus defensores modernos não são capazes de explicar qual é o fundamento das associações astrológicas com as questões terrenas, não têm qualquer explicação plausível para suas alegações e não contribuíram com nenhum conhecimento de valor para qualquer campo das ciências sociais. Além disso, a astrologia não tem os recursos teóricos/conceituais para resolver adequadamente seus próprios problemas internos ou anomalias externas, ou para se decidir entre alegações e sistemas astrológicos conflitantes”.

Porque pessoas nascidas no mesmo dia e horário têm temperamentos e destinos diferentes

Esaú e Jacó é um caso bíblico e típico de gêmeos que tiveram temperamentos e destinos completamente distintos. Segundo os ensinamentos apregoados pela astrologia, suas vidas teriam de ser ao menos muito mais semelhantes do que foram. De fato, se existe uma prova bíblica da futilidade das afirmações astrológicas, esta prova é a vida destes dois irmãos.

Em primeiro plano, seus temperamentos eram evidentemente distintos, para não dizer opostos: “E cresceram os meninos, e Esaú foi homem perito na caça, homem do campo; mas Jacó era homem simples, habitando em tendas” (Gn 25.27). Percebemos logo em Jacó um comportamento mais brando, caseiro, sedentário. No caso de Esaú, porém, ele é enérgico, aventureiro. Mais tarde, iria viver de ataques contra as caravanas no deserto (Gn 27.39,40).

Em segundo plano, vemos atitudes diferentes dos dois irmãos, as quais vão determinar destinos diferentes. Enquanto Esaú não mostrou qualquer interesse por aquilo que era seu de direito (Gn 25.32), Jacó fez de tudo para conseguir, inclusive enganar seu pai (Gn 27.6-29). O Novo Testamento mostra claramente que o coração de Esaú era bem diferente do de Jacó (Hb 12.16,17).

E, por fim, eles tiveram destinos bem diferentes, que não foi determinado de forma alguma pelo dia ou ano de seu nascimento, visto serem praticamente idênticos. Suas vidas foram um resultado de suas decisões e da ação de Deus nelas. Foram as bênçãos de Deus ou a ausência das mesmas que causaram os respectivos resultados. Nada no espaço interferiu nas vidas de Esaú e Jacó e em seus destinos.

Além do exemplo bíblico, há um contemporâneo bastante significativo. Foi realizada uma pesquisa, na década de 50, com mais de dois mil bebês nascidos quase simultaneamente em um mesmo dia do mês de março, na cidade de Londres. Como o mapa astral das pessoas é baseado na hora e lugar do nascimento, os cientistas monitoraram esses bebês durante 45 anos na tentativa de identificar as características semelhantes entre eles na vida adulta. Mas não encontraram nenhuma semelhança no destino dos bebês, chamados de “gêmeos de tempo”. Também compararam mais de 100 características pessoais, como, por exemplo, agressividade, ansiedade, habilidade nos esportes e nas artes, desempenho nos estudos, etc., e fizeram testes de inteligência. Não descobriram nada parecido entre eles. A única conclusão a que puderam chegar foi que a astrologia é uma inutilidade.

Portanto, seja a Bíblia, sejam as pesquisas modernas, o que se pode concluir é que, na prática, as previsões astrológicas não oferecem qualquer evidência empírica. Muito pelo contrário, é evidente que o que menos influencia a vida e o destino de uma pessoa é o momento do seu nascimento. É uma explicação inválida para a vida humana e incapaz de apresentar qualquer sentido coerente para isto.

Porque a nossa vida é determinada por nossas escolhas e não pela impessoalidade dos astros

“Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe pois a vida, para que vivas, tu e a tua descendência” (Dt 30.19; grifo nosso).

“Se quiserdes, e obedecerdes, comereis o bem desta terra” (Is 1.19; grifo nosso).

“Manteiga e mel comerá, quando ele souber rejeitar o mal e escolher o bem” (Is 7.15; grifo nosso).

“E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida” (Ap 22.17; grifo nosso).

O livre-arbítrio foi o grande presente de Deus ao homem, que o tem tornado distinto das demais criaturas. O homem tem a possibilidade de refletir sobre sua situação e, mediante sua razão, tomar decisões. Seu destino é a colheita de sua própria semeadura (Os 8.7; Gl 6.7,8) e não a conseqüência cega do dia, mês e ano em que nasceu. O futuro do ser humano não pode ficar atrelado às estrelas. Isto não seria justo. Só pode ficar atrelado às suas próprias decisões nesta vida. Não é nada consolador dizer a alguém que sofre por causa de uma tragédia que isto era inevitável porque já estava determinado em seu nascimento.

Não se pode negar que se as proposições da astrologia forem levada a sério o homem é um mero escravo de um determinismo planetário. Seu destino e ser estão escritos nas estrelas. Assim como não pode mudar as leis fixas das estrelas (Jr 31.35), também não pode mudar essas conseqüências em sua vida. Quando os astrólogos tentam desculpar-se, dizendo que a astrologia é apenas uma influência, então nos perguntamos em que ela pode ser útil. O ser humano já é cercado, por dentro e por fora, por coisas que influenciam suas atitudes. Temperamento, personalidade, educação, meio ambiente, contexto social, etc. Todas, embora o influenciem, não são determinantes. Esperam uma resposta de sua parte. Achar que, além dessas influências todas, nos resta alguma na disposição dos planetas, é apoiar-se em algo não só improvável, mas impossível.

Mais um detalhe: Se eu posso me desviar do mal (Jó 1.1; Pv 22.3), então não cairei nele. Não posso aceitar que só porque nasci em tal data estou definitivamente fadado a sofrer algo ou mesmo a obter algo. Este pensamento fatalista é deveras ruim para a vida do homem sobre a terra.

Porque o sustentáculo da astrologia é o comércio, não a verdade

“Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males”, escreveu o apóstolo Paulo ao seu discípulo Timóteo (1Tm 6.10). E, na verdade, muitos tipos de erros e enganos são sustentados pelo mercado, independente de sua veracidade. As máquinas de propaganda constantemente fazem as pessoas comprarem um produto que não precisam por um preço que não podem pagar. Esta é a sua missão.

Com a astrologia não é diferente. Sua popularidade não é proporcional à sua utilidade ou veracidade, mas à publicidade que a promove e ao lucro que resulta disso. A ajuda que ela oferece às pessoas, seja psicológica ou real, é “zero”. As bases para suas afirmações são excessivamente frágeis. As pessoas que lêem e consultam horóscopos e astrólogos dificilmente encontram apoio sólido para suas decisões. Alguém já disse: “A falácia que me alegra é preferível à verdade que me entristeça”. As pessoas preferem ser consoladas pela ilusão a ser confrontadas com a realidade. Mas os valores movimentados por este segmento são altos o suficiente para mantê-lo vivo.

Existe uma miríade de publicações periódicas especializadas no assunto. Sem falar que todo jornal ou revista que se preze, independente do assunto que aborde, traz sua seção de astrologia. Isto quando não vemos os mais diversos assuntos abordados de um ponto de vista astrológico. Além disso, há livros, cursos e outros materiais, o que faz que o ramo se “profissionalize” cada vez mais. O preço de um mapa astral atualmente varia em torno de R$ 30,00 a R$ 600,00, aproximadamente. E a procura cresce a cada dia.

Embora qualquer pessoa séria perceba o engano por trás dessa crença, a aura de misticismo que a envolve, aliada a uma propaganda maciça, transforma fumaça em castelos sobre a rocha. Acaba se tornando um hobby, um hábito que será praticado mesmo sem convicção, quase automaticamente. Já dizia Goebbels, chefe do Departamento de Propaganda de Hitler, que “vinte e cinco mentiras valem por uma verdade”. A máxima não pronunciada de que “se é popular, então é verdadeiro” é que prevalece.

Se um jornal tirasse a seção de economia de suas páginas, causaria menos polêmica do que se tirasse a seção de astrologia. Mesmo que a astrologia do jornal não passe de alguns conselhos “interessantes” emitidos por um jornalista qualquer, algumas pessoas se tornam tão viciadas que não saem de casa sem lê-los. Para o jornal ou revista, é uma questão econômica e não espiritual. A única questão envolvida é a do retorno financeiro. (Uma jornalista que trabalhava para um grande diário confessou, certa vez, que quando ficou encarregada da seção de astrologia misturava “previsões” de edições antigas e as liberava para publicação).

Basta ler alguns dos horóscopos que circulam nos periódicos, mesmo nos especializados, para perceber que não passam de conselhos e possibilidades que se encaixam com qualquer pessoa, em qualquer lugar sobre a terra. Nada há de exato e extraordinário. Mas não cessarão. A máquina econômica é muito lucrativa para que a deixem morrer.

Porque as afirmações da astrologia são arbitrárias

Por exemplo, Roy Gillet, presidente de uma das maiores associações de astrólogos do Reino Unido, fez a seguinte observação política sobre W. Bush, presidente dos EUA, e Tony Blair, primeiro-ministro inglês: “Descobri que o Blair tem a Lua em Aquário, coisa de gente muito fechada, auto-suficiente. Ele e o Bush têm o Sol em Câncer, por isso são tão amigos e não dão satisfação a ninguém. Fazem sempre o contrário do que o mundo inteiro espera deles”.

Por que “ter a Lua em Aquário” faz alguém ser fechado? Não poderia fazer a pessoa ser concentrada, ou analítica, ou extrovertida, ou alegre, por exemplo? Por que o fato de ambos terem “o Sol em Câncer” os faz amigos? De onde vem o conhecimento de que tal posição dos astros indica tal atitude nas pessoas? É algum tipo de lei da natureza? São leis universais aceitas por todos os astrólogos de todas as épocas em todos os lugares? Essas leis podem ser comprovadas? Ou são meros produtos da opinião dos astrólogos?

As leis astronômicas foram descobertas pelos astrônomos. As leis astrológicas foram inventadas pelos astrólogos. Não existem lógicas em suas deduções. Não existem princípios que possam ser extraídos e aplicados infalivelmente em qualquer tempo e lugar. Tudo o que é dito a respeito de uma interpretação astrológica é dito arbitrariamente, segundo a criatividade e opinião do astrólogo. O significado dos astros não é extraído por algum processo lógico, mas, sim, atribuído pelos astrólogos conforme a “fertilidade” de sua imaginação.

Porque a astrologia está ligada ao paganismo

Os nomes dos planetas: Vênus, Marte, Saturno, Plutão, não foram escolhidos por acaso. Eram os nomes dos deuses do panteão greco-romano. Todavia, mais do que nomes, os gregos e os romanos consideravam os astros como deuses. Vemos esta associação com a explicação fornecida por uma astróloga referente ao planeta Marte: “Do que a astrologia é capaz, afinal? Segundo Celisa Beranger, a astrologia é um saber simbólico: faz associações entre movimentos celestes e eventos terrestres, e as interpreta como quer. Um exemplo: ‘Qual é o significado quando Marte se aproxima da Terra?’. Ele tem um significado: Marte é o deus da guerra. A sua analogia é de beligerância ou de belicosidade, explica Celisa”.

Gostaríamos de uma resposta para a seguinte questão: Marte é o deus da guerra? Em qual crença? Cristã? Muçulmana? Ou pagã? Existe, de fato, o deus da guerra? E o que ele tem a ver com o planeta que leva o seu nome? Esta associação não tem sentido nenhum. Vejamos bem: o que temos aqui é um deus inexistente (imaginário), que empresta seu nome para um corpo celeste que, por causa desse empréstimo, passa a exercer a influência segundo a característica do deus inexistente. Pagananismo e astrologia andam de mãos dadas.

Os egípcios foram os primeiros a construir um calendário solar. Separaram um grupo de 36 estrelas brilhantes que, uma a uma, foram separadas entre si por um período de dez dias. Essas estrelas, que serviam para indicar o tempo através dos anos, vieram a ser chamadas de decanos (termo do tarô). Cada decano foi concebido como sendo um espírito com poder sobre o período de tempo para o qual servia. Com isso, podemos ver a identificação da astrologia com os deuses pagãos.

Quando a astrologia foi levada da Mesopotâmia para a Grécia, os planetas passaram a ser para os gregos o que já eram para os mesopotâmicos – não simplesmente astros, mas deuses. Como os filósofos não puderam abolir os deuses da crença popular, por escolha ou necessidade, eles, então, identificaram os dois (deuses e crenças populares). Platão chegou a propor em sua obra, As leis, que o Sol deveria ser adorado com o título de Apolo.

Por outro lado, é maravilhoso ver que Moisés, instruído nas artes e ciências do Egito, ensinou a Israel, pela revelação divina, a afastar-se desse tipo de idolatria. Disse ele: “Que não levantes os teus olhos aos céus e vejas o sol, e a lua, e as estrelas, todo o exército dos céus; e sejas impelido a que te inclines perante eles, e sirvas àqueles que o SENHOR teu Deus repartiu a todos os povos debaixo de todos os céus” (Dt 4.19). Sua concepção era de um Universo criado por Deus para o bem do homem e não de um Universo que era algum deus.

Por essas palavras, percebemos que a adoração aos astros era comum na antiguidade. Mas aqueles que queriam ser fiéis a Deus fugiam disso: “Se olhei para o sol, quando resplandecia, ou para a lua, caminhando gloriosa, e o meu coração se deixou enganar em oculto, e a minha boca beijou a minha mão, também isto seria delito à punição de juízes; pois assim negaria a Deus que está lá em cima” (Jó 31.26-28).

Conhecendo as raízes da astrologia, cabe ao homem afastar-se desta para apegar-se ao Deus vivo.

Porque a astrologia está ligada à magia

“Caso de um acaso bem marcado em cartas de tarô. Meu amor, o nosso amor estava escrito nas estrelas, tava sim...”. Era a música de uma cantora pop da década de 80. É fácil perceber o quanto a astrologia está próxima de outros tipos de magia e ocultismo. O perfil do astrólogo não se harmoniza, em ponto algum, com o do pesquisador, do astrônomo ou do cientista. Ele não é um pensador, nem um filósofo. Na verdade, é um “vidente”, um tarólogo, um bruxo, um quiromante, ou algo parecido. Quem lida com astrologia lida com os poderes do oculto e não com as evidências da ciência ou da sabedoria. Negar isto é tolice.

Por mais que os astrólogos queiram incluir cálculos matemáticos e astronômicos em suas “previsões”, isto não os redime. Na verdade, os resultados de suas análises têm mais a ver com a mediunidade do que com a precisão científica. Longe de ser uma ciência exata, a astrologia não passa de uma arte de adivinhação tão condenada pela Bíblia como as demais.

A astrologia é irmã gêmea da magia. Em seu livro sobre magia moderna (wicca), Eddie Van Feu afirma: “Todos os rituais devem seguir uma tabela planetária para uma melhor eficácia...”. Segundo ela, “você precisa saber quais influências cada planeta exerce e consultar as horas e os dias de acordo com seu ritual ou encantamento”. Lua cheia, solstícios, influência dos planetas (cada astro exerce uma influência específica), são elementos comuns à bruxaria.

Porque a Bíblia condena todo tipo de adivinhação e ocultismo

A astrologia, em sua forma tradicional, é um método de adivinhação baseado na teoria de que as posições e movimentos dos corpos celestes (estrelas, planetas, Sol e Lua), no momento do nascimento, influenciam profundamente a vida da pessoa. Na sua forma psicológica, a astrologia é um tipo de terapia da Nova Era, usada para a autocompreensão e análise da personalidade.

Tem sido a porta de entrada mais comum para outros tipos de ocultismo. Embora em sua comercialização assuma, muitas vezes, um caráter inocente, quase como que de uma brincadeira popular, quando, porém, proferida e utilizada por verdadeiros astrólogos, torna-se tão nociva espiritualmente quanto as outras formas de adivinhação.

Quem deseja, pois, se afastar de todo tipo de práticas proibidas deve também se afastar da astrologia, ainda que apresente aparência de inocência. “Quando entrares na terra que o SENHOR teu Deus te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações. Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR; e por estas abominações o SENHOR teu Deus os lança fora de diante de ti” (Dt 18.9-12).

Por este motivo, o profeta Isaías, ao proferir seu juízo contra a idólatra Babilônia, também não pôde deixar de profetizar contra seus “agoureiros dos céus”, aqueles que se diziam capazes de predizer o futuro por meio das estrelas: “Deixa-te estar com os teus encantamentos, e com a multidão das tuas feitiçarias, em que trabalhaste desde a tua mocidade, a ver se podes tirar proveito, ou se porventura te podes fortalecer. Cansaste-te na multidão dos teus conselhos; levantem-se pois agora os agoureiros dos céus, os que contemplavam os astros, os prognosticadores das luas novas, e salvem-te do que há de vir sobre ti. Eis que serão como a pragana, o fogo os queimará; não poderão salvar a sua vida do poder das chamas; não haverá brasas, para se aquentar, nem fogo para se assentar junto dele. Assim serão para contigo aqueles com quem trabalhaste, os teus negociantes desde a tua mocidade; cada qual irá vagueando pelo seu caminho; ninguém te salvará” (Is 47.12-15; grifo nosso).

Porque eu entreguei minha vida a Jesus e Ele é o Senhor das minhas atitudes, do meu presente e do meu futuro

A experiência cristã de conversão e novo nascimento põe fim completo à crença na astrologia. Para alguém que passou a viver sob o senhorio de Jesus Cristo, não existe lugar para a noção de que o movimento dos astros no céu seja responsável por qualquer coisa em sua vida, seja seu jeito de ser e pensar, seja seu futuro.

A vida cristã é concebida em termos do caráter de Cristo. “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20). Somos transformados pelo Espírito Santo (2Co 3.18) para nos tornarmos semelhantes a Cristo (Rm 8.29). Antes disso, está escrito que éramos controlados por nossa carne, pensamento e, também, por Satanás (Ef 2.2,3). Não podemos aceitar a “forma” deste mundo (Rm 12.2), e isto inclui rejeitar a crença na astrologia como fator determinante de nossa personalidade.

A vida cristã é regida por chamado e ministério (At 20.24). Deus tem um propósito e um futuro para a nossa vida (Jr 29.11), e devemos viver segundo este propósito para que possamos chegar a este futuro que Ele nos tem preparado. Não há espaço para confiar em coisas “escritas nas estrelas”. Nada que aconteça no espaço sideral deve nos atemorizar. Nenhuma previsão astrológica deve causar qualquer preocupação em nosso coração. “Não vos espanteis dos sinais dos céus; porque com eles se atemorizam as nações” (Jr 10.2). Um crente de verdade está seguro da sua vida nas mãos de Deus e de modo algum vai se deixar enganar pelos absurdos da astrologia.

Não podemos aceitar nada na astrologia

Nem seus conceitos, suas explicações, suas reivindicações. Não há nada escrito nas estrelas sobre o destino individual de ninguém. Os astros definitivamente não predizem o futuro. Definitivamente também não influenciam o comportamento humano. Se quiserem, as pessoas podem mudar esses fatos ou continuar apegando-se a crendices supersticiosas. Mas não podem ter uma confiança verdadeira em Deus e nos astros ao mesmo tempo.

Se há algo para o homem entender quando olha para as estrelas, com certeza não é seu temperamento nem seu futuro. Mas pode olhar para o céu e reconhecer um pouco da glória e do poder de Deus: “Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Sl 19.1). “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas” (Rm 1.19,20).

Pode também fazer como o rei Davi e perceber a bondade de Deus e a pequenez do ser humano diante da grandeza do Universo:

“Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste; que é o homem mortal para que te lembres dele? e o filho do homem, para que o visites? pois pouco menor o fizeste do que os anjos, e de glória e de honra o coroaste. Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés: todas as ovelhas e bois, assim como os animais do campo, as aves dos céus, e os peixes do mar, e tudo o que passa pelas veredas dos mares. Ó SENHOR, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome sobre toda a terra!” (Sl 8.3-9).

Glória ao Deus que é sobre todas as coisas!

Ioga – despertando o “deus-consciência”

A ioga está-se tornando objeto de crescente interesse na moderna sociedade ocidental. “Acredita-se que cerca de 15 milhões de pessoas incluem alguma forma de ioga em seus exercícios físicos, só nos Estados Unidos”.1

No Brasil ela está em muitas universidades e tem sido tema de cursos de extensão e de pós-graduação (Como, por exemplo, no Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo – Cepeusp e nas Faculdades Metropolitanas Unidas em São Paulo)2.

A ioga é saudada por muitos como a solução para a mente e para o espírito humano nos áridos desertos criados pelo racionalismo, pelo materialismo e pelo ateísmo. Entretanto, a ioga tem sua origem na Índia com raízes no hinduísmo. Não se trata, portanto, de uma idéia isolada e invariável; pode-se mesmo dizer que suas manifestações apresentam uma paleta multicolorida de métodos, exercícios e disciplinas. Inclui, ainda, objetivos psico-religiosos. Os que praticam a ioga formam um grupo igualmente distinto: socialites, médicos, advogados, vendedores, artistas etc.

No ocidente, atualmente, tal grupo se constitui de pessoas de todas as idades e camadas sociais, atraídas por diferentes motivos. Só na Alemanha ocidental calcula-se que cerca de 100 mil pessoas estão praticando a ioga.

A ioga, em suas diferentes formas, está literalmente preparada para conquistar a Europa, penetrando até mesmo em muitos círculos cristãos. É notável, no entanto, que ela desempenha apenas um papel secundário na Índia de hoje, como alguns amigos me informaram. Em muitos casos, as pessoas de lá já perceberam que a ioga não pode dar-lhes o que buscam em seus anseios. Conseqüentemente, os cristãos indianos rejeitam a mistura de ioga e cristianismo. Entretanto, o fato de o ensino da ioga estar ganhando tanto terreno aqui, nas nações cristãs do ocidente, onde a apostasia e a rebelião contra Jesus Cristo estão disseminadas, evidencia, de forma bastante clara, como o seu ensino é anticristão.

O que é a ioga?

A ioga, como a vê o hinduísmo, é uma coleção de métodos destinados a libertar a alma humana de tudo o que é terreno com o auxílio do ascetismo, exercícios físicos, técnicas respiratórias e meditações. A pretendida liberação tem duplo significado e envolve mais que a vida presente do indivíduo que pratica a ioga. A ênfase principal é dada ao ciclo do renascimento, também chamado transmigração da alma. De acordo com a antiga doutrina hindu, a alma não purificada do homem é forçada, por causa de suas ações passadas (carma), a entrar de novo num ventre materno e renascer. Somente quando consegue purificar-se por seus próprios esforços atinge a libertação, ficando, assim, livre de posteriores reencarnações. Ao mesmo tempo, esta libertação implica na verificação de que a alma individual, o ego real do homem (atmã), é, basicamente, idêntico ao espírito universal (Brama). Conseqüentemente, a ioga indiana baseia-se na teoria de que cada alma é, em sua natureza e substância, essencialmente unida com o divino. “Nisto consiste a sutil fascinação da ioga - ela ensina a deificação do homem”. Segundo a ioga, o homem não é um ser decaído, uma distorção da imagem de Deus. Ao contrário disso, a ioga afirma que o homem é o próprio Deus.

As várias escolas de ioga diferem uma das outras, principalmente na escolha de exercícios. “A hatha ioga, por exemplo, dá grande importância às técnicas físicas”, ou seja, purificação dos intestinos, certas posturas (asanas) e controle da respiração (pranaiama). O objetivo principal desta última técnica é fazer que a respiração seja deliberadamente tornada vagarosa. É sabido que tal exercício leva a um retardamento de raciocínio e a um auto-induzido esvaziamento da mente. “Outras escolas dão maior ênfase às técnicas meditativas, como, por exemplo, o mantra ioga, com sua alta, branda ou silenciosa repetição de mantras”. Em muitos casos, os mantras são fórmulas mágicas sem significado lingüístico ou gramatical, como o mantra Om, por exemplo.

Para os praticantes da ioga, essas fórmulas representam forças divinas ou cósmicas: como os deuses Vishnu e Siva ou o espírito universal Brama. Os hindus acreditam que, através da contínua repetição de tais fórmulas, podem identificar-se com os poderes que elas representam. Assim, o homem não mais se aproxima de seu Criador com humildade; em vez disso, por meio dos mantras, tenta ele próprio positivar sua oculta identidade com Deus; ou melhor, com uma divindade pagã.

A maioria das escolas de ioga no ocidente é influenciada pela hatha ioga. Os exercícios ensinados têm, acima de tudo, a intenção de fortalecer o corpo, manter os membros ágeis, remover resíduos e impurezas dos órgãos e acalmar os nervos, ajudando, assim, o indivíduo a viver uma vida harmoniosa, de modo a estar melhor equipado para enfrentar a moderna luta pela existência. Em muitos casos, até mesmo crianças são levadas a fazer tais cursos de ioga. Nessas escolas ocidentais de ioga faz-se pouca menção da liberação da alma através do ciclo de reencarnação. A ênfase principal é posta no sucesso na presente vida. Como resultado dessa nova interpretação, no ocidente a ioga é erroneamente considerada uma forma de esporte ou ginástica. Algumas vezes o principiante experimenta, de início, certos efeitos benéficos, sentindo-se à vontade e mais capaz para enfrentar situações de tensão extrema. Aparentemente positiva, a ioga ocidental tem envolvido muitas pessoas em seus ensinos. Não são poucos os enganados e presos nessa armadilha.

“Esses exercícios físicos, entretanto, não podem ser separados de um processo mental”. A mente humana é inevitavelmente envolvida. Os iniciadores atuais dos cursos de ioga são os iogues. Os iogues são treinados na ioga do hinduísmo indiano até serem conduzidos à ioga indiana. Segue-se, portanto, que os exercícios físicos externos, a respiração e a relaxação conduzem a novos exercícios até que o indivíduo atinja o conhecimento de si mesmo e a técnica de controlar a mente e a alma. O autoconhecimento e o controle são adquiridos por meio de um tipo de “ascetismo e da disciplina ética, que, em última análise, termina na religião pagã do hinduísmo”.

Com isso, fica esclarecida a seguinte questão: “a ioga não pode ser separada do hinduísmo. Isso que está sendo praticado aqui, nas nações ocidentais, não é meramente um exercício benéfico à saúde, e todos que assim pensam estão grandemente enganados”. Ao contrário do que muitos afirmam, os exercícios de ioga, em última análise, não podem ser separados da filosofia especial do hinduísmo e dos conceitos ocultos por trás dela. Os defensores do hinduísmo abertamente reconhecem esse fato.

Junto com seus exercícios físicos, ensinados durante os cursos de ginástica, a aparentemente inofensiva e não-religiosa hatha ioga, que se concentra puramente na elevação do conhecimento dos poderes físicos, é, na realidade, uma preparação para a “estrada real, a raja ioga”. Certos aspectos do modo de pensar hindu têm aceitação na hatha ioga. “O que parece ser apenas exercícios de ginástica foi preparado com motivos ocultos e produzem efeitos na mente”. Isto é óbvio quando apreciamos títulos como “a postura perfeita, a postura do herói e a postura lótus”. Não se trata apenas da estimulação de certas partes do corpo, mas de alguns órgãos internos, glândulas e centros nervosos.

Quais são os objetivos da ioga?

As diferentes escolas de ioga têm seus ensinamentos específicos, mas o interesse primário da “ioga clássica é descobrir o ego da pessoa”. Em outras palavras, redescobrir a natureza pura e divina da pessoa; ou seja, Deus no homem. De acordo com o ensinamento básico da ioga, “afirma-se que a natureza – especialmente a natureza humana - é essencialmente boa e digna. Todos os iogues crêem em si mesmos como deuses ou como partes da divindade”. Os gurus, líderes que transmitem esses ensinamentos, são considerados divindades personificadas e fazem uso de tal autoridade. Isso explica sua extraordinária influência, também evidente no mundo ocidental, onde as pessoas chegam a prostrar-se diante de um rapaz de dezessete anos.

De que maneira as pessoas, através da ioga, podem achar deus em si mesmas e libertar seu verdadeiro ego, o divino homem? “O meio é a pessoa esvaziar-se de si mesma de maneira a receber as forças do universo”, sendo que os exercícios físicos também servem para esse fim. O homem, então, será capaz de unir-se com a força viva do universo que a tudo permeia - presente, por exemplo, no ar, na água e no alimento. Desse modo, o homem pode transformar-se em um “deus”; isto é, com capacidade para elevar-se até alcançar de novo o estado original, perfeito, inocente – uma pessoa sobre-humana. Com isso, atinge, como se anuncia, a meta desejada: alegria, harmonia completa e consciência absoluta. Um estado de “deus-consciência”.

Dessa forma, “a ioga, em sua própria natureza, é auto-redenção!”. Mas, na tentativa de libertar a alma individual de uma suposta prisão, e cuidar dela como se ela fosse alguma coisa boa, “a ioga, na realidade, lisonjeia o ego pecaminoso e, desse modo, fomenta o egoísmo”. Como resultado, o estudante da ioga está constantemente preocupado consigo mesmo. Move-se ao redor do seu ego e se torna cada vez mais insociável. Assim, a alegada auto-redenção não passa de um equívoco. Supondo-se que as forças atuantes do universo realizam esta auto-redenção, há um ponto importante que deve ser lembrado: não existem forças neutras. “Atrás de todo poder atuante há um ser sobrenatural, uma divindade”. Surge, porém, uma questão: qual delas? Jesus declara que Ele veio de cima, mas há um adversário de Deus (um poderoso antideus) que procede de baixo: “E dizia-lhes: Vós sois de baixo, eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo” (Jo 8.23). Esse, que veio de baixo, pode, inclusive, infundir seus poderes nas pessoas e conferir-lhes habilidades especiais: “E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz” (2Co 11.14).

De onde vêm os poderes que atuam num estudante de ioga? Com o que se une esse estudante quando ele atinge o objetivo dos exercícios de ioga e se torna um semideus, um ser sobre-humano? Como já ficou demonstrado, “os poderes recebidos na ioga vêm, em última análise, do espírito universal hindu, o Brama”. De um lado, os praticantes de ioga crêem em si mesmos como sendo deuses; mas, do outro, também encarnam divindades pessoais como Krishna e Siva. Visto que o estudante de ioga deve entrar em contato com esses deuses, segue-se logicamente que deve aceitá-los. Entretanto, isso significa que os adeptos dessa filosofia estabelecem relacionamento com o mundo demoníaco, justamente como escreveu Paulo com referência ao sacrifício idolátrico: “Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios” (1Co 10.20).

Considerando que os pontos básicos da ioga permanecem ocultos, os que a praticam intensamente estarão, sem dúvida, se colocando cada vez mais sob a influência de Satanás, embora isso ocorra de forma imperceptível. Através da atuação das forças cósmicas (que não são os poderes dos deuses pagãos), uma pessoa se expõe ao perigo de ficar sob a influência dos poderes de baixo, ainda que pense estar praticando a “ioga cristã”. Diante de tal fato, o estudante de ioga se transfere do reino de Jesus – o reino da luz – para o reino das trevas, embora normalmente ele não se dê conta disso até ser demasiado tarde. A verdade é que essa desastrosa transferência do reino de Jesus para o domínio dos demônios, cujas conseqüências serão sentidas na eternidade, ocorrerá necessariamente como resultado das fontes sobrenaturais da ioga.

Pode haver “ioga cristã”?

A ioga esta associada com poderes ocultos e mágicos desde sua origem na Índia antiga, o que é evidente. E podemos constatar isso ao examinarmos os tradicionais manuais de ioga, que prometem ao estudante poderes sobrenaturais (siddhis) quando ele progride nesse caminho. Mircea Eliade, autoridade em ioga, escreve: “Na Índia um iogue foi sempre tido como mahsiddha, um que possui poderes ocultos, um bruxo. Entre essas capacidades está o poder de alcançar qualquer objeto a qualquer distância, uma vontade irresistível, poder sobre os elementos e a realização de suas vontades”1. Com tais capacidades, o iogue consegue também realizar os chamados “milagres”. Por exemplo, em setembro de 1974 os jornais noticiaram que, numa colônia, um iogue e seus seguidores correram, descalços, sobre um braseiro, cuja temperatura era de 1000 graus centígrados, e, após o feito, não foi achado qualquer sinal de queimadura em seus pés. Esse iogue fez também seu coração parar completamente por oito segundos.

Afinal, se é aos poderes das trevas que o estudante de ioga se entrega, tais poderes, porém, jamais poderão lhe proporcionar libertação e harmonia, como o ensino dessa filosofia promete. Satanás é o destruidor de toda felicidade e harmonia, e de tudo que é bom. É ele quem está por trás de todos os ídolos e deuses, e também dos ensinos místicos hindus. Ele procura, por tais meios, conservar os homens em seus pecados e mantê-los debaixo de seu poder, de maneira que possa destruí-los. Desse modo, o cristão evangélico tem apenas uma escolha: lutar com Jesus contra os elementos ocultos e de ação demoníaca, que também nos ameaçam por meio do ensino da ioga. Jesus Cristo veio para destruir as obras do diabo e os poderes das trevas (1 Jo 3.8). Ele é Senhor e Príncipe da vitória sobre Satanás, os demônios, os poderes espirituais e principados debaixo do céu.

Assim, é claro e óbvio, pela própria natureza do assunto, que não pode haver “ioga cristã”. Apesar de toda essa evidência, não tem sido pouco os seminários teológicos, e até mesmo igrejas, se deixando levar pelos encantos diabólicos do hinduísmo pela prática da ioga. Tome por exemplo o caso do Pastor Rodney R. Romney, da Primeira Igreja Batista de Seatle, autor do livro “Jornada ao espaço interior encontrando Deus – em nós” (Abingdon, 1980), onde afirma que “compreender Deus é experimentar a própria divindade”3. Mas esse experimentar só é possível, no ponto de vista de Romney, por meio da ioga zen4, do sufismo e da meditação transcendental5. É chocante saber que Romney e seus ensinos não são um caso isolado. Muitos, dentro do cristianismo, têm abraçado essas mesmas idéias. Tanto é que alguns cristãos “inocentes” estão praticando a ioga sob a forma cristã. Por exemplo, substituem os mantras por palavras e orações como a “Oração do Senhor”. E convidam outros irmãos para retiros “espirituais’ a fim de praticarem a ioga “cristianizada”, e alegam ser este um modo de revigorar a estagnada vida de oração de alguém. A ioga, declaram, é uma técnica neutra que pode ser usada para objetivos cristãos. Entretanto, é óbvio que a origem, o método e o objetivo da ioga e os da fé cristã são mutuamente exclusivos. A meditação cristã tem como conteúdo a Palavra de Deus, e não a própria consciência. Além disso, o Cristo vivo, com seu chamado divino, está em oposição aos ensinos panteístas, às práticas e aos objetivos dessa ioga que, afinal de contas, está ligada ao ocultismo.

Embora o perigo maior proceda de sua fonte demoníaca, “o ensino de auto-redenção como tal está em completa contradição com a nossa fé cristã”. Sendo seres pecaminosos, jamais teremos poder para nos redimir por meio de exercícios físicos e mentais, através dos quais possamos elevar-nos mais e mais, a ponto de chegarmos à posição de “homens-deuses”. Todo aquele que é da verdade sabe que não tem um bom “ego real” aprisionado dentro de si; ao contrário, sabe que é, por natureza, um prisioneiro de seu pecado e de Satanás, e que precisa ser liberto de tal prisão. Nunca precisará descobrir seu “ego divino” para que alcance redenção, porque já reconheceu seu próprio ego na verdade e verificou ser ele mau (Gn 8.21). Ele está ciente da realidade do pecado e da culpa, bem como de sua necessidade de um Salvador – e tem um Salvador em Jesus Cristo.

Na verdade, Jesus se fez homem e morreu na cruz por nós para nos redimir de nosso “ego real”, o ego decaído, que é a sede de todo mal, orgulho, egoísmo e de todas as inclinações pecaminosas. Através de seu sangue derramado, e de seu ato de redenção, ao exclamar “Está consumado”, Cristo derrotou o pecado e Satanás. Aquele que crê em sua redenção e entrega seu velho homem para ser crucificado com Cristo, levantar-se-á como um novo homem, um ser redimido. Somente Jesus, o Filho de Deus, tem o poder de realizar isso em nós. Um verdadeiro cristão move-se ao redor de Jesus e acha nele sua mais profunda realização. Jesus é tudo para ele. Vive com Jesus e o segue; sua meta única é estar com Ele para sempre em seu reino.

Todo aquele que verdadeiramente ama Jesus, o Cordeiro de Deus, como seu Salvador, e tem um relacionamento pessoal com Ele, não pode participar de exercícios que trazem em si, de forma oculta, ensinamentos místicos e fórmulas mágicas. Nunca dará atenção a desconhecidas forças elementais do universo, nem a deuses estranhos, através de exercícios de ioga, com a discutível intenção de aprender a arte de esvaziar a mente. Sua mente está fixada em Jesus Cristo e, em suas horas tranqüilas, seus pensamentos se concentram em Jesus e na Palavra de Deus. Não precisa, por meio da ioga, praticar a suspensão de todas as funções da alma, porque sua alma precisa estar viva e amar a Jesus e, através dele, os seus irmãos humanos, bem como tudo o que Deus criou, embora a prioridade seja Jesus.

Pedro Kupfer, um dos principais formadores de professores de ioga no Brasil disse à revista “Super Interessante”6 que a “ioga sem meditação não é ioga”. A que tipo de meditação se refere Kupter? Pesquisando a vasta literatura dedicada à difusão da ioga encontramos o que vem a ser esta meditação: é liberar o “ego divino”, aprisionado dentro do homem, permitindo que poderes fluam para sua pessoa. Ao permitir tais poderes (em última análise, vindos de baixo), a pessoa tornar-se-á inteiramente prisioneira do pecado. Portanto, um cristão que assim procede tem apenas que se envergonhar ao se colocar debaixo da influência desses poderes. Com respeito à ioga, um cristão, hoje, só pode escolher entre Cristo e Belial, porquanto a possibilidade de combinar a ioga com a fé cristã não existe. As Santas Escrituras mostram-nos, em numerosos exemplos, que o povo de Deus do Antigo Testamento incorreu em sua ira e recebeu o mais severo castigo quando procurou servir tanto a Deus como aos ídolos, isto é, aos demônios de outras religiões. Tais combinações constituem sincretismo. Este foi usualmente o pecado de Israel

Dizem que um Deus justo não pode excluir da salvação eterna um budista, um hinduísta ou um outro seguidor de qualquer religião quando ele, honestamente, procura salvação. Mas, em nenhuma circunstância, este argumento pode ser (como muitas vezes é usado em favor da ioga) apresentado como desculpa para que sigamos tal caminho. O equívoco deste argumento é que, embora a graça de Deus seja ilimitada, há uma grande diferença entre aqueles que uma vez receberam a revelação de Jesus, o Filho de Deus, e aqueles que jamais ouviram a verdade. “Em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvo” (At 4.12). Isto é constrangedor para nós como cristãos. Para nós, a ioga é uma forma de apostasia, que conduz à destruição. Para os pagãos, é um caminho errado, mas o Senhor pode reconduzi-los ainda ao verdadeiro caminho de Jesus Cristo.

Deus está nos admoestando, a nós, o seu povo do Novo Testamento, provavelmente até com maior urgência do que fez com o seu povo do Antigo Testamento, porque fomos redimidos pelo sacrifício de Jesus e pelo precioso sangue do Cordeiro. Ele está nos perguntando: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos?” (1Rs 18.21). Quando pensamos que podemos servir a Jesus e, ao mesmo tempo, ir após outros deuses, ídolos pagãos, trazidos a nós no ensino dos iogues e gurus, estamos, na verdade, incorrendo em sério julgamento, visto que fomos resgatados por um grande preço.

Hoje, em vista dessas grandes mistificações, no começo dos últimos tempos, Jesus nos convida: “Vinde a mim!” (Mt 11.28). “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo 14.6). Na verdade, só nele podemos encontrar a verdadeira salvação e a redenção do pecado – pecado que é a nossa ruína e miséria. E, um dia, Jesus nos receberá na glória dos céus, quando já estaremos verdadeiramente transformados conforme a sua imagem. Então, Ele nos outorgará o privilégio de habitar em seu reino para sempre.