domingo, 2 de outubro de 2011

Equilíbrio, um fator decisivo para o serviço cristão

Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam.” (1 Co 10.23)

Se você é um crente compromissado com o céu, já deve ter percebido o quanto a igreja como instituição mudou, Em alguns aspectos para a melhor, em outros, infelizmente, para a pior. Hoje temos representantes na política, algo inconcebível poucos anos atrás. Temos também irmãos em Cristo se destacando nos esportes e na sociedade como um todo. Não somos mais um grupo de pessoas “ingênuas” e “ignorantes”. O Evangelicalismo brasileiro nunca experimentou tamanho desejo pelo estudo teológico. Temos visto jovens que normalmente perderiam grande parcela do seu tempo em busca de entretenimento com coisas que não convém, preocupados em aprender mais sobre a Palavra de Deus. Em contrapartida temos visto uma grande parcela dos obreiros sendo verdadeiros anões espirituais, pois não buscam mais as manifestações do Espírito e que não chegam nem perto de grandes homens do passado que consagravam sua vida e pagavam o preço pela obra de Deus, estudar Teologia hoje parece até que é mais importante do que estudar a matéria prima da Teologia, a Bíblia Sagrada. Os que ainda restam estão passando para o Senhor e os que ficam não estão se esforçando para seguirem seus exemplos. Em meio a esta regressão espiritual dou glórias a Deus porque apesar de tudo ainda existem profetas que nos alertam sobre os perigos de deixar de buscar a Deus em primeiro lugar (Mt 6.33). Os fatos que apresentei aqui mostram falta de equilíbrio na vida de muitos cristãos e por isso levantarei alguns pontos importantes sobre este importante assunto.
A bíblia nos ensina a sermos equilibrados.
Entre os escritos antigos, creio que não exista outro que mais preze pelo equilíbrio do que a Bíblia Sagrada. Como disse O Senhor a Josué: “... Não te desvies nem para a direita, nem para a esquerda...” (1 Js 1.7) e como afirma nosso amado irmão e profundo ensinador Antônio Gilberto: “O legalismo e o liberalismo levam o homem para o abismo”. A Bíblia não no ensina a sermos pessoas alienadas e sem entendimento, ela nos ensina a buscarmos o reino de Deus e nos promete que todas as outras coisas nos serão acrescentadas. Busque conhecer as histórias de homens de Deus como Charles Finney, John Wesley, D. L. Moody entre outros e verá que eram homens sábios não apenas acerca do reino de Deus, oravam a Deus por horas a fio mas não desprezavam o estudo secular, eram influentes no reino de Deus e na sociedade em sua volta e assim devemos ser. Que possamos dar lugar ao estudo como Paulo que disse a Timóteo: “Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos.”(2 Tm 4.13) e como os jovens hebreus Ananais, Misael, Azarias e Daniel que eram instruídos em toda ciência (Dn 1.4-6).

O perigo do legalismo

"Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve." (Mt 11. 29,30)
Este extremo já foi mais defendido no passado, hoje, algumas igrejas ainda conseguem enxergar pecado onde não existe. Proibições a assistir TV e rádio eram comuns há algum tempo atrás e este tipo de extremismo ainda existe em alguns grupos, principalmente no meio pentecostal. Não se ouvia falar em crente ir praia ou ao cinema, teatro, etc. Sabemos que existem coisas erradas sendo mostradas pela TV que nós, servos do Senhor, devemos evitar, mas este é um assunto para o próximo tópico. Quero me fixar por enquanto no extremo do legalismo. O que se percebe neste grupo é um sentimento de zelo pela obra do Senhor só que de forma exagerada. Geralmente são pessoas sinceras que por não terem conhecimento mais profundo concernente à graça divina passam a lançar um fardo extra sobre os lombos uns dos outros enquanto está escrito que o jugo é suave e o fardo é leve quando se está tratando de Cristo (Mt 11.30). É como se o crente estivesse sempre a um passo de perder a salvação, sendo assim, alguns crentes passam a se sentir extremamente frustrados ao tentar cumprir com uma meta inatingível, a de sermos perfeitos ainda nesta vida. Em 1 Jo 2.1 João escreve inspirado por Deus algo confortador para estes irmãos: “MEUS filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo”. É óbvio que se passarmos a viver como antes, quando éramos filhos de belial, estaremos automaticamente fora do reino de Deus, pois quem é filho de Deus não vive pecando (1 Jo 3.6), por outro lado Jesus é nosso Advogado, ou seja, ele intercede por nós junto ao Pai (1 Tm 2.5). Ele nos justifica e santifica pelo Seu sangue, pois o seu sangue nos purifica de todo pecado (1 Jo 1.7).
O legalismo tenta nos fazer acreditar que temos de ser perfeitos e para isso mais proíbe que ensina, o Espírito Santo nos faz entender que não somos perfeitos enquanto estamos neste corpo corruptível e para isso nos ensina como devemos andar e intercede por nós com gemidos inexprimíveis (Rm 8.26). O Espírito nos capacita a andar segundo a sua vontade e não joga sobre nós um peso insuportável. Andemos pois com confiança no Senhor e não em nossas próprias obras e ele nos ajudará em tempo oportuno (Sl 125.1), ele tem cuidado de nós!Equilíbrio, um fator decisivo para o serviço cristão (Parte 4)
Equilíbrio no uso dos dons:Pela graça de Deus tenho mais uma vez a oportunidade de escrever. Quero pedir a todos desculpas por tanto tempo sem postar neste blog por estar muito atarefado no trabalho. Dessa vez quero falar sobre a necessidade de equilíbrio no uso dos dons do Espírito, como prometi. Para tanto, quero primeiramente falar sobre alguns pontos importantes sobre a natureza dos dons do Espírito. 1 – Eles são “dons”:
Os dons espirituais são dados (1 Co 12.7) por Deus a nós para a edificação da igreja (1 Co 14.1-5) e para que Deus se manifeste em nosso meio de forma explícita e incontestável, de maneira que os incrédulos sejam convencidos de que Deus está entre nós (1 Co 14.24,25). Portanto, não achemos nós que somos alguma coisa por termos recebido de Deus algum dom, afinal, Deus nos concede tudo pela sua graça, ou seja, pelo seu favor, mesmo que não mereçamos. Como afirma o Pr. Silas Malafaia em sua mensagem intitulada “O Reino de Deus”, “A manifestação dos dons do Espírito não é a prova de que Deus tem aprovado todos os nossos atos, mas é a manifestação da misericórdia de Deus para conosco”. Não esqueçamos que a igreja a qual não lhe faltava um só dom nos dias de Paulo, foi também uma das igrejas mais problemáticas (1 Co 1.7).
 – Eles são para hoje:

Me admira que dois mil anos depois de Cristo ter provado que as Escrituras não falham, pois são a Palavra de Deus, ainda existam desafiadores da Bíblia que afirmam, contra ela própria, que os dons cessaram. Para eles é aceitável que Satanás levante suas súditos milagreiros com todos os sinais que eles têm direito, mas para estes mesmos, é irracional que Deus conceda dons para seus ministros pelo seu poder e graça de forma que Ele se manifeste. Ou seja, para eles, os filhos do Diabo podem ter dons, mas os de Deus não! Aconselho aos tais que humildemente olhemos para a Bíblia despojados de nossa própria sabedoria para que a sabedoria de Deus seja manifesta, e pergunto aos tais, onde há na Bíblia um só versículo que nos diga que os dons do Espírito cessaram?! Enquanto eles pensam quero mostrar dezenas de versículos que provam que eles são reais e que estão disponíveis hoje para todos os que crêem que Deus ainda fala e faz milagres (Mc 16.15-18; At 2.39; 6.8; 11.27,28; 14.3;15.32; 21.9-12; Rm 1.11; 12.8; 15.19; 1 Co 1.7; 12.1 – 14.40; Gl 3.5; Ef 4.7-12; 1 Tm 4.14), estes são alguns dos muitos versículos que provam que os dons do Espírito não cessaram e quero por em destaque At 2.39: “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar.”, essa é a última pá de terra na cova do cessacionismo. Quero, no entanto, dizer aos meus irmãos tradicionais, que apesar de não concordar com sua visão cessacionista, os respeito e estimo, pois somos irmãos em Cristo. Não há lugar no cristianismo para desavenças, por isso, vençamos este demônio chamado intriga que permeia o meio evangélico brasileiro, afinal, o reino de Deus é um só e na Glória estaremos todos unidos sem placa de denominação ou corrente teológico-filosófica. Bom, já falei muito sobre os dons, quero me ater a essência deste artigo, o equilíbrio.

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