- Não sei se Deus me aceitaria.
- Estou desanimado com a igreja.
- Eu acho que Deus já desistiu de mim.
Aqueles que trabalham com o evangelismo pessoal, vez ou outra, ouvem essas frases. A experiência nos mostra que são vidas marcadas por grandes aflições ou desilusões. Nesse momento, é necessário que o evangelista esteja armado de paciência e amor por essa alma. É necessário se mostrar disposto a ouvir, e eles realmente têm muita coisa para desabafar.
Nesse mundo corrido e frenético que vivemos essa disposição para ouvir impressiona as pessoas. Basta alguns minutos para uma enxurrada de fatos, sentimentos e pensamentos conflitantes e até traumatizantes venham à tona. Eis alguns conselhos para quem deseja atuar no evangelismo pessoal:
Esteja preparado espiritualmente. É interessante reservar um período para a oração, jejum e leitura bíblica antes de partir ao evangelismo. É durante esse período que pedimos para Deus nos dar amor pelas pessoas, graça no falar e no agir, e a verdadeira unção do Espírito (Atos 13. 1 a 3).
Não se deixe abater ou impressionar. Muitas vezes a evangelizada confessa muitas amarguras e mágoas. Isso pode envolver pessoas do SEU convívio social. Parentes, amigos, pastores ou membros da igreja. Não deixe sementes de amargura nascer em seu coração (Eclesiastes 7.21), atue como agente da paz e da harmonia (Provérbios 15. 1).
Tenha cuidado com os sentimentos de seu interlocutor. Temos formas diferentes de reagirmos em cada situação. O que lhe parece algo banal, pode ser uma ofensa séria para outra pessoa. Por exemplo: Uma exclusão no MSN ou Twitter, alguns relevam a situação e outros se sentem muito ofendidos. Lembre-se que você não está ali para ponderar sentimentos, e sim para apontar para o Deus de paz (Filipenses 4. 7).
Ao aconselhar, não se torne chato ou repetitivo. Evite insistir em seus conselhos. Por exemplo: Ao dizer “Você deve perdoar essa pessoa”, se a pessoa disser que “não consegue perdoar”, não insista com “essa é a vontade de Deus”, prefira argumentos como “busque a Deus em oração, ele vai te dar força para fazer o certo” (Zacarias 4. 6).
Cuidado com os toques e gestos de carinho. Mesmo que a situação da pessoa te deixe emocionado ou comovido, evite abraços, beijos ou gestos parecidos. Isso irá tão somente preencher lacunas afetivas abertas pelo sofrimento. Você não está ali para mimar ou acalentar essa pessoa, e sim para leva-la a ter um relacionamento com Deus. Ele sabe, melhor do que ninguém, como consolar quem O busca (Mateus 11. 28 a 30).
Monitore a sua linguagem. Tenha em mente que poucas pessoas de fora das igrejas estão acostumadas com o “evangeliquês”, linguagem desenvolvida dentro das igrejas. Bloqueios no processo comunicativo podem prejudicar o entendimento da sua mensagem (Salmo 119. 27).
Seja paciente ao lidar com pessoas que possuem “outra religiosidade”. Essas pessoas requerem muita cautela, qualquer deslize e a porta para o diálogo pode ser fechada definitivamente. É necessário que o evangelista CONHEÇA a religião em questão, em outras palavras, ESTUDE os princípios doutrinários e dogmáticos que você pretende contestar. Proponha análises de como cada religião abordam assuntos como: Deus, salvação, pecado, homem, eternidade, Jesus Cristo, Bíblia, entre outros. Seja paciente, permita que a pessoa tenha tempo para pesquisar e trazer respostas à suas indagações (você também pode precisar) (João 4. 5 a 44).
Use a bíblia ao invés das frases de autoajuda gospel. Esse pode ser um dos conselhos mais preciosos desse artigo. Muitas pessoas se decepcionam com o evangelho devido a promessas não cumpridas. Não caia no senso comum de falar coisas do tipo: “Deus trará seu marido de volta”, “Seu filho vai abandonar essa vida e se tornar pregador”, “O Senhor vai resolver os seus problemas financeiros”. Deus faz tudo isso? Claro que faz! Mas não é regra. Essas pessoas estão sendo alicerçadas na areia, um alicerce firme está fundado em Cristo Jesus e na sua obra salvífica. O evangelismo eficaz não enche o EGO das pessoas, o verdadeiro evangelista conduz as pessoas a Jesus (1 Pedro 4. 11).
Não desanime com resultados negativos. Nem sempre o evangelista vai obter sucesso imediato. Não desanime, a semente foi lançada, agora permita a Deus trabalhar nessa vida. Lembre-se que a palavra de Deus nunca volta vazia. Continue orando por essa pessoa e desenvolvendo essa atividade tão preciosa para o Reino de Deus (Salmo 126. 6).
OBS. Essas dicas são para o evangelismo pessoal, com pessoas do convívio social ou conhecidas. Para atitudes evangelísticas de massa, como panfletagem e de porta em porta, outros cuidados devem ser tomados. Consulte o seu pastor para melhores detalhes.
“O fruto do justo é árvore de vida, e o que ganha almas sábio é” (Provérbios 11. 30).
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